Protagonistas de eliminações traumatizantes nas últimas semanas, Paris Saint-Germain e Monaco se enfrentaram neste domingo, no Estádio Louis II, e o lado parisiense do duelo saiu de campo enfiado em uma crise ainda mais intensa. A equipe do craque brasileiro Neymar não jogou bem e perdeu por 3 a 0 para o time monegasco, que deu boa resposta em meio a uma relação conturbada com a torcida, situação também vivida pelos adversários.
Mesmo com a derrota na partida, válida pela 29ª rodada do Campeonato Francês, os comandados de Mauricio Pochettino continuam na liderança isolada, com 65 pontos. A tensão do momento, contudo, não tem relação com a liga nacional, conquistada sete vezes pelo PSG nas últimas nove edições, e sim com as constantes frustrações na Liga dos Campeões. Enquanto isso, o Monaco chega aos 44 pontos, em sétimo lugar, e mantém as esperanças de buscar a classificação para algum torneio europeu.
O clima de partida, definitivamente, não era bom para nenhum dos times, pois os donos da casa também lidam com uma frustração recente. Revoltados com a eliminação na Liga Europa, após empate com o Braga no meio da semana, torcedores do Monaco protestaram. A área do estádio destinada às torcidas organizadas estava com várias cadeiras vazias. À frente delas, havia uma faixa estendida com a frase: “Como vocês estão de férias, nós também estamos”.
O PSG, por sua vez, vive um cenário parecido há cerca de duas semanas, desde que caiu para o Real Madrid na Liga dos Campeões. O time parisiense venceu o Bordeaux por 3 a 0, na semana passada, debaixo de vaias da própria torcida e, nos dias seguintes, conviveu com uma série de protestos, como pichações no Parque dos Príncipes. Além disso, o lateral Kurzawa foi cercado na saída do CT, na última quinta-feira, por torcedores que gritavam: “Saia do PSG”.
Neste domingo, a equipe de Paris não contou com Messi, um dos principais alvos das vaias no jogo passado ao lado de Neymar. O argentino não foi relacionado porque está se recuperando de uma gripe, segundo informou o clube um dia antes da partida. Sem o craque, o PSG fez uma etapa inicial bastante ruim e passou boa parte do tempo sem finalizar.
Enquanto isso, o Monaco mostrava mais qualidade ofensiva, por isso conseguiu abrir o placar aos 25 minutos, quando Ben Yedder venceu a defesa parisiense para colocar a bola no gol. Os primeiros chutes perigosos dos parisienses só começaram na parte final do primeiro tempo, em alguns lances pontuais, como um chute de Neymar bem defendido por Nübel. De qualquer forma, o time parecia apático.
O segundo tempo começou com sinais de que os visitantes apresentaram um futebol melhor, mas o ímpeto não se sustentou. Aos 22 minutos, Volland ampliou para o Monaco em um lance de oportunismo. A partir daí, nem o mais otimista torcedor do PSG apostava em uma reação. Neymar começou a dar indícios de nervosismo e foi substituído por Draxler aos 31 minutos, alteração que não mudou em nada a postura do time.
No fim das contas, o PSG parecia destinado a sofrer. Donnarumma defendeu um pênalti cobrado por Ben Yedder, aos 37 minutos, mas viu a bola concluir a trajetória espirrando para o canto oposto e batendo na trave antes de morrer na rede. Não houve um único momento de alegria para o time da capital francesa.
(Conteúdo Estadão)
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