Partidos derrotados no primeiro turno da eleição presidencial definiram nesta terça-feira (9) quem irão apoiar no segundo turno da disputa, Jair Bolsonaro (PSL) ou Fernando Haddad (PT).
O PSDB decidiu liberar seus filiados para apoiar quem quiserem. O anúncio foi feito pelo presidente nacional da legenda, Geraldo Alckmin, presidenciável derrotado.
“O PSDB decidiu liberar os seus militantes e os seus líderes. Nós não apoiaremos nem o PT nem o candidato Bolsonaro. O partido não apoiará nem um nem outro e libera seus filiados e líderes para que decidam de acordo com sua consciência, com sua convicção e com a realidade de seus estados”, afirmou Alckmin.
Individualmente os tucanos se dividiram. Fernando Henrique Cardoso e José Serra optaram pela neutralidade.
Por outro lado, João Doria declarou seu apoio a Bolsonaro no próprio domingo da eleição (7). “A proposta econômica do candidato elaborada pelo economista
Paulo Guedes é muito bem estruturada, defendendo o liberalismo, os mesmos princípios que defendo aqui em São Paulo”, disse.
Eduardo Leite, tucano que disputa o segundo turno no Rio Grande do Sul, também votará no capitão reformado.
O PP, uma das siglas mais importantes do centrão, elaborou nota na qual afirma que está disposto a colaborar com o próximo governo nas pautas que forem do interesse do país, mas sem escolher um lado neste momento.
Na nota, assinada pelo presidente do partido, Ciro Nogueira, o PP exalta o compromisso com a manutenção da democracia e da liberdade de pensamento e de expressão.
Alguns políticos da sigla, porém, já optaram por um dos candidatos. Ana Amélia, vice na chapa de Alckmin (PSDB), apoia Bolsonaro.
Em nota, o Novo informou que ficará neutro. O partido do candidato João Amoêdo anunciou que não apoiará Bolsonaro, mas se posicionou “absolutamente contrário ao PT”.
O presidenciável Alvaro Dias (Podemos) disse que vai se licenciar do Senado pelas próximas semanas e que ficará em silêncio no segundo turno das eleições, sem declarar apoio.
Segundo o senador, o Podemos deve realizar uma consulta interna a seus filiados para definir a posição do partido, mas ele não pretende seguir qualquer decisão de sua sigla.
“Não vou me responsabilizar pelo desastre”, comentou.
O PTB, por sua vez, declarou apoio a Bolsonaro. Roberto Jefferson, presidente da legenda, anunciou a decisão pelas redes sociais.
“Após consultar os membros da Executiva Nacional, o Partido Trabalhista Brasileiro decidiu manifestar o seu apoio à candidatura de Jair Bolsonaro (PSL) à Presidência da República no segundo turno das eleições de 2018”, disse no Twitter.
O PTB fez parte da coligação que apoiou Geraldo Alckmin (PSDB) no primeiro turno.
Também estão com Bolsonaro Romeu Zema (Novo) e Wilson Witzel (PSC), candidatos aos governos de Minas Gerais e do Rio, respectivamente. Ambos tiveram suas candidaturas alavancadas nos últimos dias do primeiro turno, ao associarem seus nomes ao do capitão reformado.
Posicionando-se no outro lado da disputa, o PSB definiu, em reunião da executiva nacional em Brasília, que irá apoiar nacionalmente Haddad.
Os dirigentes, no entanto, liberaram o governador Márcio França para se manter neutro em São Paulo e se concentrar na sua disputa à reeleição contra João Doria (PSDB).
Também estão com o petista o PDT e o PSOL, que concorreram no primeiro turno com Ciro Gomes e Guilherme Boulos, respectivamente.
“Estamos num encruzilhada entre a civilização e a barbárie. Haddad representa o lado da democracia e dos direitos sociais”, disse Boulos.
Partidos do chamado centrão que se uniram no primeiro turno em torno de Alckmin, como DEM e PR, ainda não se manifestaram.
A Rede, de Marina Silva, e o MDB, do presidenciável Henrique Meirelles, também avaliam que posição irão adotar neste segundo turno.
Partidos e políticos no 2º turno presidencial
Com Bolsonaro
João Doria (PSDB)
Ana Amélia (PP)
Romeu Zema (Novo)
Wilson Witzel (PSC)
PTB
Com Haddad
Ciro Gomes (PDT)
Guilherme Boulos (PSOL)
PSB
Não apoiará ninguém
Partido Novo
Álvaro Dias (Podemos)
Henrique Meirelles (MDB)
Cabo Daciolo (Patriota)
FHC (PSDB)
José Serra (PSDB)
Márcio França (PSB)
PP
PSDB/Geraldo Alckmin
Ainda não se posicionou
Marina Silva (Rede)