14 de outubro de 2024
CONSULTA POPULAR

Proposta de plebiscito pode levar consulta este ano a 16 distritos goianos se TSE aprovar

Deputada goiana à frente do debate sobre a emancipação de distritos apresentou pedido ao TSE para aproveitar as eleições deste ano e fazer os plebiscitos
Deputada espera resposta de ministra do TSE nos próximos dias Foto Divulgação
Deputada espera resposta de ministra do TSE nos próximos dias Foto Divulgação

Está no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) a possibilidade de plebiscito em distritos de várias localidades do Brasil, incluindo 16 distritos de Goiás (lista ao final), enquanto avança na Câmara dos Deputados projeto para regulamentar a emancipação e a criação de novos municípios. A deputada estadual Flávia Moraes (PDT) aguarda resposta a consulta feita à ministra Cármen Lúcia, presidente do TSE, sobre a viabilidade do plebiscito ocorrer nas eleições municipais deste ano.

A possibilidade de plebiscito é baseada na Emenda Constitucional 111 de setembro de 2021. Ela disciplina a realização de consultas populares concomitantes às eleições municipais. “A emenda se refere a temas de interesse dos municípios”, pontua a deputada. Ela destaca que nem todos os distritos se encaixam nos critérios. Segundo o Boletim Goiano de Geografia (UFG) de 2014, Goiás possui 71 distritos em 45 municípios.

A parlamentar é a coordenadora da Frente Parlamentar Mista em Apoio à Emancipação de Distritos no Brasil. Ela apresentou a pauta à presidente do TSE. Em entrevista ao Diário de Goiás nesta terça-feira (2), a deputada alertou para a urgente “necessidade de regulamentar o assunto” que se arrasta desde que projeto semelhante foi vetado em 2014 pela então presidente Dilma Roussef que viu riscos financeiros aos municípios-sedes.

Atualmente, explica Flávia Morais, não se pode emancipar distritos no país, enquanto vários deles cresceram e já poderiam ser emancipados. Hoje, o Brasil tem 5.570 municípios.

Distorções graves pelo país

“Precisamos corrigir distorções que temos hoje, como do Jardim Ingá (Luziânia), com quase cem mil habitantes e não tem uma administração própria. Outros casos emblemáticos no Brasil, como o Castelo dos Sonhos (Pará), distrito a 1 mil quilômetros da sede (Altamira), e que tem 20 mil habitantes. São casos totalmente necessários”, aponta também.

Além desses exemplos, ela citou o caso do Rio Grande do Sul, onde cidades desapareceram durante a tragédia climática deste ano e agora terão de ser reconstruídas, talvez em território de outros municípios.

Expectativa de resposta do TSE

Enquanto a norma que vai regulamentar a questão não é aprovada, Flávia Morais se baseia em parágrafo do artigo 18º da Constituição Federal, tratando da organização político-administrativa brasileira.

A expectativa da deputada é de que até a próxima semana Cármen Lúcia emita um parecer sobre a demanda. A intenção dela é que o TSE viabilize a realização de plebiscitos durante as eleições municipais deste ano, possibilitando a consulta popular sobre a emancipação de distritos. “O Tribunal terá de organizar as urnas somente nos municípios com distritos aptos, onde o eleitor vai votar para vereador, prefeito e votar na pergunta sim ou não, aproveitando as despesas, os custos das eleições”, avalia.

Na semana passada ela entregou à ministra relatórios e documentos. Flávia disse que Carmén Lúcia se comprometeu a analisar a viabilidade do pedido em prazo máximo de dez dias.

Confira os distritos goianos aptos a se emanciparem e os municípios aos quais estão ligados hoje

  • Céu Azul/Valparaíso de Goiás
  • Lago Azul/Novo Gama
  • Jardim Ingá/Luziânia;
  • Jardim ABC/Cidade Ocidental
  • Campos Lindos/Cristalina;
  • Monte Alto/Padre Bernardo
  • Girassol/Cocalzinho de Goiás
  • Lagoa do Bauzinho/Rio verde
  • Estiva/São Domingos
  • Vazante/Divinópolis
  • São Gabriel/Planaltina de Goiás
  • Domiciano Ribeiro/Ipameri
  • Santo Antônio do Rio Verde/Catalão
  • Claudinápolis/Nazário
  • Olhos D’Agua/Alexânia
  • Dois Irmãos/Vila Propício

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