No atual período de alta em casos de gripe e dengue no Estado de Goiás, a busca por um atendimento emergencial aumentou não somente na rede pública hospitalar, mas também na rede privada. De acordo com o presidente da Associação dos Hospitais Privados de Alta Complexidade do Estado de Goiás (Ahpaceg), Haikal Helou, o crescimento apresentado com relação à demanda nos pronto atendimentos é de 35% a 50% nos últimos dez dias.
Em entrevista ao Jornal Bandeirantes, da Rádio Bandeirantes, Helou afirmou que a principal consequência, neste momento, é a demora no atendimento, em razão do grande número de procura. “Quando você tem uma estrutura preparada para receber 10 e recebe 15, haverá sim uma dificuldade maior nesse atendimento. Não se pode atender um paciente correndo ou dois ao mesmo tempo, então isso traz uma demora maior”, elucidou.
A preocupação, no entanto, é se isso pode gerar maiores consequências, como o aumento na gravidade dos casos e, consequentemente, de internações. “Se o paciente chega, há demora no atendimento, mas ela vai para casa, tem melhora com medicações sintomáticas, ok, fica o transtorno da espera. Mas se ele precisa de internar, ir para a CTI e oxigênio, vimos a crise no início do ano e ano passado e é muito difícil”, ponderou.
Tratamento adequado
Apesar de a grande procura estar voltada para atendimentos emergenciais voltados a pacientes com relatos de sintomas de doenças virais, é importante buscar assistência médica. Isso porque, de acordo com Haikal Helou, cada diagnóstico tem uma forma diferente de se tratar. “Estamos em um momento em que há uma conjunção de diversas viroses atuando ao mesmo tempo, como a gripe, a covid, dengue, chikungunya, zika”, destacou. “Os sintomas são parecidos, mas o tratamento é diferente. É importante que se faça um estudo, um painel viral, um bom exame médico, para que se possa tratar especificamente cada doença”, frisou.
O presidente da Ahpaceg explicou ainda que, diferente do resfriado, a gripe é uma doença causada pelo vírus influenza e que tem uma alta chance de complicações e sintomas severos como febre alta, cefaleia intensa, perda de apetite, dor muscular e tosse. Por este motivo, a importância do tratamento adequado, realizado por indicação médica.
Apesar da afirmativa de estar longe de um colapso na rede da saúde, como visto anteriormente, durante o período de alta na pandemia da covid-19, Haikar Helou alerta para a manutenção de cuidados durante as festas de final de ano, para evitar uma nova explosão no início de 2022: “Cuidados simples como vacina, higiene, distanciamento social dentro do possível e procurar assistência com sintomas relevantes do quadro gripal respiratório”.