Após integrantes do Movimento Democrático Brasileiro (MDB) Mulher do Estado de Goiás, realizarem ato de manifestação, na última quinta-feira (29), em reivindicação para as promessas de cargos públicos feitas durante a campanha para Prefeitura de Goiânia, no ano de 2020, presidente do MDB Mulher de Goiás relata dificuldades vividas por membros que trabalharam na campanha de Maguito Vilela.
Em entrevista ao Diário de Goiás, Cleusa Assunção afirmou que “a força, conhecimento e determinação das mulheres mdbistas foram cruciais para a eleição de 2020” e que, na época, foi prometido amparo às pessoas que trabalharam para eleger Maguito Vilela, mas ao contrário, foram contratadas pessoas de Brasília, “sem nenhum vínculo com o Estado de Goiás”.
“As mulheres do MDB e partidos aliados trabalharam na campanha, intensamente, do Maguito, com a proposta de um projeto para Goiânia”, disse.”Depois que o saudoso Maguito foi morar com Deus, o prefeito se modificou. E nós procuramos durante três meses construir uma pauta de admissão de nossas mulheres. Ele rompeu um compromisso conosco, ele deu a palavra que as mulheres do MDB e partidos aliados iriam ser aproveitadas no governo dele”, ponderou.
A presidente do MDB em Goiás alegou que 35 das mulheres que foram admitidas na atual gestão, foram depois “demitidas sem nenhum motivo”. “Tentamos todo tipo de diálogo. Nós queremos apenas o retorno das nossas mulheres, imediatamente, e também a contratação das que não foram contratadas. Nós queremos respeito, consideração. A mulher precisa participar do espaço de poder. Por que trazer mulher de Brasília, se Goiânia tem tantas mulheres competentes, tantas mulheres preparadas”, declarou.
Cleusa destacou que, sem emprego, a maioria das mulheres que trabalharam durante a campanha, passam agora dificuldades durante o período de pandemia da Covid-19. “Nossas mulheres trabalhavam no sol, na chuva, passando fome, passando sede. Fome mesmo, de comida. A gente saía cedo, só voltava à tarde, não tinha dinheiro para comprar comida”, disse. “Nós queríamos sensibilizar ele (prefeito). Se ele é um homem de Deus, que tenha dó, que tenha compaixão, cumpra a palavra dele com essas mulheres que estão passando necessidade”, ressaltou.
Na tentativa de um diálogo a respeito, foi realizada a manifestação. “Juntamos vaquinha, alugamos um trio elétrico, que custou R$300, na maior dificuldade para pagar”, destacou a representante. No entanto, Cleusa disse que os manifestantes não tiveram resposta por parte da Prefeitura, durante o ato. “Lá no Paço, durante uma hora e meia ficamos lá, com cartaz, pedimos para o prefeito receber o grupo, para dialogar e encontrar uma saída. Nós apenas queremos trabalhar. E ninguém desceu”, ponderou.
Agora, a presidente do MDB Mulher estadual afirma esperar uma resposta do Ministério Público, para que a situação seja solucionada. “Nós então fomos para o Ministério Público e entramos com uma representação junto ao Ministério Público, falando de crime eleitoral. Queremos que o Ministério Público que é o defensor da Constituição, do povo, do Estado, de Direito, possa exigir da Prefeitura a renomeação destas 33 mulheres e a nomeação das demais”, disse. “Acreditamos que se o Maguito estivesse aqui, essa situação das mulheres do MDB, seria outra”, ressaltou.
Procurada pela reportagem do Diário de Goiás, a assessoria da Prefeitura de Goiânia destacou, em nota, que a decisão de deixar a gestão por parte de alguns integrantes do MDB, pode ter prejudicado outros servidores, ligados a eles. A nota ressalta, ainda, a nomeação de mulheres para cargos municipais.
“Como é sabido, alguns integrantes do MDB pediram para sair do governo, o que afetou alguns servidores que eram ligados a eles. Nos últimos dias, o prefeito Rogério Cruz nomeou três mulheres para cargos de liderança na Procuradoria Geral do Município, Secretaria de Relações Institucionais e Casa Civil. Na chefia da Casa Civil, a advogada Rayssa Melo é a primeira mulher a ocupar o cargo e se soma a outras em posições de destaque em diversas pastas da administração”, diz a nota.