Em busca de registro na Agência Nacional de Saúde (ANS), responsável pela regulação de operadoras de assistência suplementar à saúde, o Ipasgo Saúde vive momento conturbado na iminência de perder quase 10 mil beneficiários que não mais se encaixarão nos termos estipulados pela legislação vigente na nova condição. Com o registro, 16 entidades atendidas pelo Instituto deixaríam de ser elegíveis para a prestação de serviços do saúde do plano.
Em entrevista ao editor-chefe do Diário de Goiás, Altair Tavares, o presidente do Ipasgo Saúde, Vinícius Luz, detalhou como o Instituto se mobiliza para manter os beneficiários mesmo com o serviço social autônomo e falou sobre as expectativas para a autorização do registro pela ANS. Luz afirmou que tenta, junto à agência de regulação, uma saída para o embate.
Vinícius explicou que com o plano de autogestão do novo Ipasgo Saúde, as empresas de economia mista ligadas do Governo do Estado e os órgãos federais não teriam mais compatibilidade, conforme a resolução 137 da Agência Nacional de Saúde Suplementar da ANS. De acordo com Luz, o registro na ANS ainda não foi efetivado e segue em tratativas, mas o Ipasgo precisou informar às entidades incompatíveis com o novo formato sobre a possibilidade de exclusão.
“Não obtivemos ainda o nosso registro, nós estamos em fase de tratativas com o órgão regulador federal, para que nós possamos continuar prestando assistência a esse grupo de forma, pelo menos até a finalização dos seus convênios, mas o nosso pedido mesmo é para que nós possamos continuar com eles num plano em extinção, vamos dizer assim, em um plano congelado, onde não entra mais ninguém, e que as pessoas possam ficar até quando elas desejarem”, explicou o presidente do Ipasgo sobre possível alternativa.
Alternativas de negociação
O presidente do Ipasgo esclareceu que a ideia é negociar com a ANS um plano para manutenção da prestação de serviços às entidades, que será discutido em reunião no próximo dia 12 de setembro. “Nós temos que achar um meio termo, e nós queremos, e já propusemos um termo de compromisso com o órgão regulador, queremos, nessa reunião, ver se a gente consegue fechar esse termo de compromisso, de forma que a gente consiga continuar prestando serviço a essas pessoas”, detalhou Vinícius.
O representante do Instituto explicou que, até o momento, nenhum beneficiário foi desligado e que aguarda a negociação para os próximos passos. “Ninguém foi desligado. Nós apenas tivemos que cumprir um rito de fazer a notificação para os dirigentes dessas entidades, para a Universidade Federal, para os Institutos Federais, para as empresas de economia mista, para órgãos vinculados ao governo, que não estão elegíveis, segundo a ANS. Isso foi uma formalidade que nós tínhamos a obrigação de fazer”, elaborou.
Por fim, Luz acrescentou que, com a mudança, os beneficiários saírão ganhando. “A partir do registro, eu serei obrigado a atender o rol da ANS, que é um rol muito mais amplo, tanto em termos de medicamentos, quanto em termos de procedimentos também. Então, quem vai ganhar com isso são os quase 600 mil beneficiários que hoje estão inscritos no Ipasgo Saúde”, pontuou.
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