O Sindicato dos Médicos no Estado de Goiás (Simego) anuncia uma paralisação dos médicos prestadores de serviços vinculados à Secretaria Municipal de Saúde de Goiânia. A iniciativa se iniciou às 7 horas desta terça-feira (12) e seguirá até o mesmo horário de quarta-feira (13). Em entrevista ao Diário de Goiás, a presidente do Simego, Franscine Leão informou que o ato é para a conscientização sobre a falta de condições de assistência à população.
Segundo Franscine, o atendimento está perigoso para o próprio paciente usuário do SUS. “Hoje tem faltado quase todos os insumos necessários para assistência ao paciente e inclusive receituários, agulhas, seringas, situações que são urgências e a gente já não tem mais como aguardar, pois a população está sofrendo com a falta de assistência, com a falta de suporte da secretaria”, revelou.
Ela observa que o abastecimento prejudica até os receituários para prescrição de medicação. “Um paciente que usa medicação tarja preta não tem condições de pegar a receita. E eles são medicações que causam dependência química. Então o paciente está sem assistência e sem condições de comprar o seu medicamento habitual”, afirma Franscine que explica nas unidades de saúde não tem receita para fazer a prescrição.
Além dos problemas já citados, entre as reinvindicações é com relação a falta condições inadequadas de trabalho, com a imposição de um tempo determinado de 15 minutos para atendimentos dos pacientes, prejudicando a assistência prestada a estes e a autonomia do médico na tomada de decisões. Os médicos também cobram a falta de pagamento das produtividades devidas.
A presidente do sindicato também explica que 100% dos pacientes dos atendimentos de urgência e emergência serão atendidos. Os pacientes pela classificação de Manchester foram caracterizados como eletivos e serão encaminhados para assistência na rede a partir de amanhã
Respostas
A SMS afirmou que todas as reivindicações do Sindicato dos Médicos de Goiás (SIMEGO) foram atendidas e que a entidade já foi comunicada. A secretaria também informou que o que não foi possível atender é porque não é permitido por lei.
Questionada sobre a possibilidade de se estender a greve, Franscine afirma: “A tendência de se estender não foi deflagrado pela Assembleia. O que a gente tem como proposta é que se caso não ocorra melhoria nas condições de trabalho, assistência, poderemos fazer novos movimentos”, finaliza.
Confira a nota da SMS na íntegra:
“A Secretaria de Saúde de Goiânia esclarece que todas as reivindicações do Sindicato dos Médicos de Goiás (SIMEGO) foram atendidas e que a entidade já foi comunicada a respeito deste fato. Estranha, portanto, o comunicado de greve.
O que não foi possível atender é porque não é permitido por lei. Por exemplo, os médicos são contatados como pessoa jurídica (PJ), por credenciamento, por isso, não é possível conceder a eles, benefícios previstos em contratos celetistas (CLT), tais como: uso de atestado para justificar faltas e licença remunerada.
Quanto a questão de insumos, no momento, todas as unidades estão devidamente abastecidas e o estoque da maioria dos medicamentos e insumos previstos pela Rede Municipal de Medicamentos Essenciais (Remume), está completo.
Em relação à segurança, estão em operação 1.200 câmeras de monitoramento em todas as unidades de saúde, que também contam com botão de pânico para acionamento da Guarda Civil Metropolitana (GCM). A Secretaria está finalizando um processo que vai manter os GCMs nas unidades de urgência por 24 horas.”
Leia mais sobre: Goiânia / Goiás / Paralisação / Prefeitura de Goiânia / Cidades