O presidente da Câmara Municipal de Goiânia, vereador Romário Policarpo (PROS), disse em entrevista ao Diário de Goiás que não vê com bons olhos a ideia da Companhia Metropolitana de Transportes Coletivos (CMTC), de criar uma taxa sobre o licenciamento de veículos de transporte individual para subsidiar as gratuidades do sistema. O projeto foi apresentado pelo presidente da Câmara Deliberativa dos Transportes Coletivos (CDTC), prefeito Jânio Darrot.
“É o mais do mesmo que a CDTC tem feito no decorrer dos anos, ela não trata nenhum assunto com seriedade, foge dos assuntos nos momentos mais difíceis e aumenta a passagem antes de feriados e é isso que a CDTC tem feito no decorrer dos anos”, afirma Romário Policarpo.
“O caos no transporte hoje está estabelecido e a gente só vê a CDTC se reunindo e a única decisão que ela toma é em relação ao aumento de tarifa e de forma vergonhosa, porque aumenta antes de feriado como ela sempre fez. Eu pensava que talvez nesse momento algo novo pudesse ser feito, mas infelizmente a CDTC fez nesse ano o que ela tem feito nos últimos 10 anos”, desabafa.
Em relação ao apoio a proposta elaborada pela CMTC , o vereador diz que ela já nasce morta. “Eu acho que já é uma proposta que nasce morta, não faz sentido cobrar licenciamento a mais de quem mora Itumbiara para financiar, por exemplo, a questão do transporte da região metropolitana”.
Policarpo questiona como vai ser feita a diferença de cobranças de licenciamento. “Quem mora na região metropolitana vai pagar mais do que quem mora fora? Então, eu não vejo muito sentido nisso, eu acho que o governo na verdade deveria tirar de impostos existentes para subsidiar a questão do transporte coletivo e não criar um novo tributo para a sociedade”, salienta.
O presidente da Câmara aponta que a ideia deve ser debatida primeiro com o Estado. “É ele que tem que votar a criação desses novos tributos, mas eu não vejo que isso vai acontecer porque até as ideias propostas aqui não fazem muito sentido. A criação por exemplo de uma nova taxa sobre o licenciamento do veículo para subsidiar o transporte da região metropolitana, então quer dizer que uma pessoa vai estar lá no norte do Estado pagando licenciamento a mais para subsidiar a tarifa da região metropolitana. Não faz muito sentido essas propostas que a CDTC tem feito nesse momento”, ressalta Policarpo.
Para o vereador, é preciso muita conversa antes de aprovar algo. “Uma discussão muito maior, tem que haver outras alternativas essa não poder ser colocada como a única solução do transporte coletivo. Nós temos que ter três ou quatro fontes de renda para subsidiar esse fundo que será criado”, diz.
“É difícil a população ficar contra a Câmara Municipal nesse momento porque nessa guerra hoje que existe no Transporte Coletivo, a única entidade que eu vejo à favor da população é a Câmara Municipal de Goiânia”, conclui Policarpo.
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