O vereador Deusdete Pereira da Silva (PSC), mais conhecido como Dete, é suspeito de agredir verbalmente e fisicamente funcionários de uma Unidade Básica de Saúde (UBS) de Israelândia, região Central de Goiás na madrugada deste domingo (18).
Ao Diário de Goiás, o médico que fazia o plantão da noite, Drº Jeffter Galvão, disse que Dete, que também é servidor concursado e trabalha como guarda noturno na unidade, deveria ter chegado ao trabalho logo no início da noite, o que não aconteceu. Mais tarde, segundo o médico, funcionárias entraram em contato a secretária relatando o atraso e quando Dete chegou, por volta das 23h30 ele estava alcoolizado e bastante alterado começou a xingar as técnicas.
”Ele chegou alcoolizado xingando as técnicas dizendo que elas eram preguiçosas, e já que queriam guarda na unidade, ninguém iria dormir e se alguém dormisse ele [Dete] iria chamar a polícia”, disse o médico Jeffter.
Ainda segundo o médico o vereador saiu andando pelos corredores acendendo e apagando as luzes, batendo as portas e fazendo ameaças o tempo todo. De acordo com o médico, as técnicas com medo, entraram para uma sala e trancaram a porta. ”Ele voltou na porta delas e intensificou o barulho e as ameaças, falando que se elas não destrancassem ele iria quebrar a porta”, disse.
Conforme o médico, quando chegou para tentar apaziguar a situação e pedir ao vereador que deixassem as funcionárias na sala, ele o empurrou contra a porta e a parede. ”Ele começou a agredir todos nós verbalmente, que éramos péssimos profissionais e que ele era autoridade, que ele manda e que a gente não é nada aqui, ele que é o chefe e ameaçando todo mundo dizendo que ia pegar a gente fora daqui e que nossos dias estavam contados”, relata Jeffter.
Segundo o médico a Polícia Militar foi acionada, mas ao chegar no local os agentes não prenderam o vereador. ”Não sei porque a polícia não o prendeu, embora tivesse todos os motivos para prendê-lo. Ele saiu embriagado e dirigindo mesmo após ter me agredido com empurrões e verbalmente todos nós, sob ameaças”, ressalta o médico.
O vereador Danilo Papel (Progressistas), também esteve no local para tentar apaziguar a situação. Procurado por nossa reportagem, o vereador disse que aguarda por uma posição oficial da Câmara Municipal de Israelândia para que sejam tomadas as medidas internas e externas cabíveis.
Ao Diário de Goiás o vereador suspeito Deusdete Pereira, confirmou os fatos e afirma reconhecer os excessos. ”Eu não me ausento das minhas responsabilidades e dos meus erros”, afirma. Questionado, segundo vereador ele não estava embriagado. ”De forma alguma eu estava embriagado”, garante.
Sobre o atraso ao posto de trabalho, Deusdete alega que teve problema familiar. ”Errei em chegar mais tarde, mas eu estava com problema familiar”, completa. Segundo Deusdete não agrediu de forma verbal e fisicamente nenhum profissional. ”A única coisa que citei foi ‘vocês tem que parar com essa preguiça’. E quanto ao médico de forma alguma, o problema com o médico não é de agora e nem comigo, é com a população”, destaca.