A Prefeitura de Goiânia decretou situação de emergência no nível 3 por causa do aumento do número de casos de dengue no município. Esse ano, uma pessoa morreu da doença em Goiânia, existem dez mortes suspeitas aguardando confirmação e já passam de 5,7 mil as pessoas infectadas na cidade.
O anúncio do decreto foi feito pelo secretário municipal de Saúde, Wilson Pollara na tarde desta terça-feira (12).
O documento oficial que confirma o Nível 3 de Emergência na Capital deve ser publicado ainda nesta terça na edição do Diário Oficial do Município.
Condições previstas
De acordo com o secretário, o município se enquadra em duas situações previstas para o decreto. “Uma delas é a manutenção do crescimento de casos durante quatro meses. A outra é que o número de casos por mês ultrapasse a média dos últimos cinco anos”. Conforme o secretário, Goiânia está vivendo ambos os cenários.
Dados da 9ª edição do Boletim Epidemiológico Arboviroses da SMS, foram confirmados 5.724 casos de dengue no município. Isso representa 52,7% a mais que a edição anterior do boletim, que havia registrado 3.744 casos desde o início do ano. Pollara explica que o crescimento da doença por quatro semanas seguidas caracteriza a epidemia.
Expectativa de no mínimo R$ 5 milhões do Ministério por decreto de emergência
“A situação de emergência vai nos auxiliar. Ela não deve alarmar a população porque nos traz situações administrativas que já estamos tendo no combate à dengue”, afirmou. Ele citou que o decreto facilita contratações, agilidade para compra de insumos, recursos federais e mais condições de combater a doença.
A expectativa é de que o Ministério da Saúde repasse à Secretaria Municipal de Saúde da capital no mínimo R$ 5 milhões por conta do decreto. “Não é um recurso absurdo, mas será a partir de R$ 5 milhões”, estima.
Armadilhas serão usadas na próxima semana
Pollara informou que as novas armadilhas, que ajudam a monitorar a proliferação de mosquitos infectado por amostragem, chegaram na sexta-feira (8). Foram adquiridas 8 mil novas armadilhas, em janeiro.
Elas devem começar a ser utilizadas na próxima semana. “As armadilhas captam o mosquito, nós analisamos para ver qual a porcentagem deles está carregando o vírus e aí, conforme a porcentagem, são os investimentos de fiscalização, aspersão (veneno) e outras ações”, detalhou o secretário.
Além disso, segundo divulgou a SMS, a tecnologia das armadilhas consiste em atrair as fêmeas do mosquito para depositar os ovos em um recipiente contendo larvicida e um fungo para contaminar os mosquitos durante a postura dos ovos. “Ao voarem para fora da armadilha, os insetos espalham as substâncias em outros criadouros, resultando na eliminação dos mosquitos contaminados”.
Região Sudoeste da cidade continua crítica
O secretário confirmou que a região mais crítica de Goiânia continua sendo a Sudoeste, “também a mais populosa”, lembrou. Nessa região ele disse que os esforços continuarão mais concentrados com aspersão, mais agentes comunitários em visitas nas residências e até o uso de drones para fiscalizar a existência de criadouros de larvas do Aedes aegypti. “Como não dá para fazer no município inteiro, fazemos o diagnóstico de uma região com maior risco em relação às outras”, acrescentou.
Apelo à população
Finalizando, Wilson Pollara fez um apelo à população: “Já que 70% dos criadouros estão dentro das residências, insistimos que a população aumente a vigilância e a pesquisa de locais em que possa estar havendo a proliferação de mosquitos”. Ele também fez apelo para que os pais vacinem as crianças das faixas etárias autorizadas à imunização contra a dengue.
Mais agentes
Já o superintendente de Vigilância em Saúde, Pedro Moraes, reiterou que a situação epidemiológica de Goiânia está se agravando em relação à dengue. “Este ano, especificamente, Goiânia entrou num rol muito preocupante com relação ao número de casos”, observou.
Moraes explica que, com o chamamento de 200 novos agentes de endemias, Goiânia terá 854 agentes nessa atividade. Além disso, ele cita que o mapeamento agora também será realizado por tabletes, em substituição a anotações em papel.
Situação crítica em Goiás
No restante do estado o quadro também é grave. O governo declarou situação de emergência em saúde pública em decreto publicado no início de fevereiro, depois que Goiás atingiu, por quatro semanas epidemiológicas consecutivas, a taxa de incidência de casos suspeitos de dengue acima do limite definido no Plano de Contingência Estadual para Arboviroses.
Nesta terça, o mapa da Secretaria Estadual de Saúde indicava 23 municípios em classificação de emergência e dois de alerta. Já são 45 as mortes confirmadas pela doença esse ano. Anápolis é onde mais morreram pessoas de dengue até agora, com 9 confirmadas e 12 investigadas em 2024.
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