Os prefeitos Rogério Cruz (Republicanos) e Gustavo Mendanha (MDB), de Goiânia e Aparecida, respectivamente, devem bater o martelo em breve e sustentar o decreto de lockdown parcial em vigor desde segunda-feira (1º/03) para a próxima semana, mesmo com pressão de setores empresariais cobrando um afrouxamento nas medidas. Sem cumprir a meta de redução nos leitos de UTI para 70%, os chefes municipais devem estender as restrições.
A extensão do decreto por mais sete dias já estava prevista quando os prefeitos da Região Metropolitana anunciaram o documento no último sábado (27/02). A ideia é baixar a ocupação nos leitos de UTI para 70%, algo que não aconteceu até esta quinta-feira (04/03). “Como deixamos bem claro no decreto, a partir do momento em que chegarmos numa situação de pelo menos 70% de leitos ocupados de UTI, poderemos repensar a situação. Talvez uma abertura escalonada. Nosso desejo é que todos tenham suas empresas abertas, todos trabalhando. Mas, no momento, estamos vendo que a segunda onda tem sido crescente”, afirmou Rogério Cruz nesta quarta-feira (04/03).
Na última terça-feira (03/03), ambos os prefeitos tiveram encontros com empresários. Marcelo Baiocchi, presidente da Fecomércio defendeu que alguns serviços já fossem reabertos já a partir da próxima segunda-feira (08/03). A liberação valeria também para atividades administrativas do sistema S e para o segmento de informática de tecnologia de informação.
O plano apresentado pelos empresários prevê reabertura dos shoppings, com funcionamento das 12h às 20h, de segunda a sábado, da 44 de quarta-feira a sábado, das 7h às 15h. A construção civil também voltaria a atuar.
Rogério Cruz ficou de passar as sugestões para o Comitê de Operações Emergenciais da capital. A tendência, no entanto, é de conduta preventiva. Análises técnicas tem sido feitas em relação aos números. Os leitos de UTI desde a semana passada tem alternado entre 89% e 91% e uma reabertura, mesmo que mínima, preocupa.
Reunião com o MPF
Ontem (03/03) o prefeito de Goiânia, Rogério Cruz esteve com o procurador do Ministério Público Federal, Ailton Benedito. Benedito cobrou novas posturas por parte do poder municipal e pontuou que a pandemia não é a mesma de um anos atrás e que, portanto, as medidas de enfrentamento de hoje não podem ser as mesmas.
Tacitamente criticou a medida do lockdown, destacando que o prefeito vem adotando os mesmo planos de contenção da primeira onda e sugeriu a adoção da Prefeitura à nota-técnica do MPF publicada no dia (02/03) em que defende a implantação do tratamento precoce, com a utilização da hidroxicloroquina e ivermectina, em Goiânia.
Questionado sobre quais os procedimentos irá adotar, face as orientações do Ministério Público Federal, a Secretaria Municipal de Saúde respondeu por meio de nota que a Prefeitura de Goiânia irá encaminhar as sugestões do MPF aos técnicos da SMS e assim, “avaliar a pertinência da proposta”.