Durante coletiva de imprensa para a prestação de esclarecimentos sobre a operação da Polícia Civil que investiga uma suposta fraude em licitações na Prefeitura de Goiânia, o prefeito do município, Rogério Cruz (Republicanos) informou que o presidente da Comurg, Alisson Borges, foi afastado do cargo. A declaração foi feita após a polícia divulgar ter encontrado na casa de Alisson, quase R$ 500 mil em espécie, além de cartões de crédito e relógios de luxo.
“O único nome que nós temos até momento é o nome do presidente Alisson. Claro que ele deve dar a sua resposta para a sociedade, mas como gestor público e majoritário da empresa, então já determinei (o afastamento) para que Conselho de Administração da empresa se reúna para que possamos tomar determinadas providências cabíveis com toda a diretoria executiva da empresa”, disse Rogério.
O prefeito alega que aguarda inquérito final e a decisão da Polícia Civil para tomar a decisão de afastar outros servidores das demais secretarias que estão em investigação. “Ainda não temos esse inquérito em mãos, ainda não chegou até mim, o que aconteceu e o que a polícia encontrou. Chegou apenas a questão do presidente Alisson”, disse Cruz.
Cruz também disse que até o momento não recebeu nenhuma informação sobre uma possível fraude e que somente a polícia irá conseguir responder esse questionamento. Sobre a substituição do presidente Alisson, Rogério pontuou que está em avaliação para que possa encontrar um nome, e que ainda não tem definição.
Na coletiva, o prefeito estava acompanhado do deputado Clécio Alves; do presidente da Agência Municipal do Meio Ambiente (Amma), Luan Alves [filho de Clécio]; do secretário Municipal de Infraestrutura Urbana Denes Pereira; do procurador-Geral do município, José Carlos Issy; do secretário de Comunicação da Prefeitura, Célio Campos e do controlador-Geral do município, Colemar Moura.
Durante a operação, a Polícia Civil localizou na casa do presidente da Comurg, Alisson Borges, dinheiro em espécie (em real e dólar), além de cartões de crédito e relógios de luxo. Ao todo, foram recolhidos R$ 431 mil. Confira o vídeo divulgado pela Polícia Civil:
A reportagem do Diário de Goiás procurou Alisson Borges para ouvir sua versão sobre os fatos. A assessoria da Comurg informou que por enquanto ele não iria comentar e que uma nota a respeito pode ser enviada ainda nesta quarta-feira (20).
A polícia Civil de Goiás, por meio da Delegacia Estadual de Combate à Corrupção (Deccor), deflagrou na manhã desta quarta-feira (20) a Operação Endromidas para a apuração de uma suposta fraude em licitações na Prefeitura de Goiânia. Ao todo, estão sendo cumpridos 32 mandados judiciais de busca e apreensão, sendo 4 para sedes de órgãos públicos municipais, 3 para sedes de empresas e 25 para pessoas físicas investigadas.
Segundo a investigação, diversos órgãos da administração municipal da capital, como a Companhia de Urbanização de Goiânia (Comurg), Secretaria Municipal de Infraestrutura Urbana (Seinfra), Secretaria Municipal de Administração (Semad) e Agência Municipal do Meio Ambiente (Amma), supostamente tinham núcleos compostos por servidores públicos responsáveis por licitações e contratos fraudados.
A investigação apura licitações suspeitas realizadas por órgãos públicos do município de Goiânia, que teriam sido fraudadas. Conforme o inquérito, empresas se organizaram entre si e, nos pregões eletrônicos, ofertavam lances com valores muito abaixo dos valores de mercado (preços inexequíveis).
Essas empresas alinhavam os lances nos certames e ajustavam entre si quais delas sairiam vencedoras. Investiga-se ainda possível conluio entre os sócios do grupo empresarial e servidores públicos, além de fraudes nas execuções dos contratos. Foram apreendidos documentos e valores.