O preço do leite pago ao produtor chegou ao nível mais baixo desde janeiro deste ano. Em outubro, o preço do litro de leite chegou a custar em média R$2,22, uma queda de 13,6% em relação ao mesmo período do mês anterior, de acordo com a IFAG (Instituto para o Fortalecimento da Agropecuária de Goiás). Os dados foram divulgados na revista Agro em Dados edição de novembro.
Este valor é o menor da série histórica para o mês de outubro dos últimos três anos. Conforme análise da inteligência de mercado agropecuário da SEAPA (Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Goiás), a explicação para a queda é o crescimento da produção nacional de lácteos em conjunto com as importações elevadas em alguns estados, o que sustenta a desvalorização do leite no Brasil.
De acordo com o diretor executivo do Sindicato das Indústrias de Laticínios do Estado de Goiás (Sindileite), Alfredo Luiz Correia, um dos principais fatores é a concorrência de mercado. “O que acontece são diversas variáveis, principalmente o consumidor. Não temos poder aquisitivo para aumentar o consumo. Segundo, o preço ofertado de países como os da América do Sul, nossos vizinhos, Uruguai e Argentina, que estão com preços menores”, explica.
Conforme Alfredo, a tendência é mediada pela lei da oferta e procura. “O mercado que vai reagir de acordo com as necessidades que estão sendo ofertadas”, pondera o diretor do Sindileite. Segundo a Seapa, em Goiás, também houve recuo nas importações de lácteos, o que pode estar atrelado ao aumento da disponibilidade interna e à queda generalizada dos preços ao longo da cadeia produtiva brasileira.
Apesar disso, a estimativa para 2023 é de que o valor bruto da produção de leite suba em 5,0% em Goiás, se comparado ao ano anterior. Mesmo assim, o estado de Goiás segue sendo o que apresenta menor estimativa de crescimento em relação a outros estados produtores, como Minas Gerais (5,3%), Rio Grande do Sul (6,9%), Paraná (9,7%), São Paulo (10,1%) e Santa Catarina (15,5%).