Um dos levantamentos mais recentes do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) com base em dados do CadÚnico (Cadastro Único) do governo federal, divulgou que a população de rua no Brasil aumentou 935,31% nos últimos dez anos, ou seja, quase 10 vezes. Em 2013 eram apenas 21.934 e, em agosto passado, foram contabilizadas 227.087 pessoas em situação de rua.
Conforme consta no documento do Ipea, a exclusão econômica, que envolve insegurança alimentar, desemprego e déficit habitacional é um dos maiores motivadores de fazer com que a população de rua tenha crescido. Seguido disso, há também problemas familiares, questões de saúde, principalmente saúde mental.
Mais especificamente, a pesquisa do instituto diz que 47,3% das pessoas em situação de rua se encontram sem teto por problemas familiares ou com companheiros. O desemprego, por sua vez, foi citado por 40,5%, enquanto alcoolismo e abuso de outras drogas atinge 30,4% destas pessoas. Mais de um quarto também alegou perda de moradia: 26,1%.
Do total destas pessoas identificadas, 10.586 são estrangeiros (4,7%) e, destes, mais da metade são angolanos ou venezuelanos: 62%. Já sobre a raça, 69% da população de rua no Brasil é negra (51% pardos e 18% pretos).
Outro recorte do Ipea diz que o movimento é das periferias em direção aos centros metropolitanos e que 60% das pessoas em situação de rua não vivem na cidade em que nasceram, mas 70% delas vivem no mesmo estado de nascimento.
Leia também: Empresas de Aparecida ofertam mais de 450 vagas de emprego esta semana