22 de dezembro de 2024
AGROTÓXICOS • atualizado em 17/01/2024 às 08:00

Polícia investiga morte de quase 9 milhões de abelhas em Goiás

Casos em Bela Vista e Silvânia foram divulgados na mesma semana em que reportagem do DG alertava para morticínio de abelhas; pulverizações de pesticidas estão no centro do problema

A Polícia Civil de Goiás está investigando a morte de aproximadamente 8,9 milhões de abelhas registrada nos municípios de Bela Vista e Silvânia. A principal suspeita é de que as colmeias tenham sido atingidas durante a pulverização de agrotóxicos.

A tragédia se torna pública na mesma semana em que reportagem do Diário de Goiás mostrou os riscos que a aplicação de defensivos tem representado para as abelhas em Goiás e em todo o Brasil. Por exemplo, mortes rápidas e graduais, além de risco iminente de contaminação de mel, foram apontadas por pesquisador da Universidade Federal de Goiás.

A reportagem faz parte da série que o DG está publicando sobre a questão. Também na quinta-feira (18) será publicada nova reportagem, a quarta da série.

Operação está investigando morte de abelhas – Foto: Divulgação / Polícia Civil de Goiás

Confira a reportagem do DG sobre os danos às abelhas publicada na segunda-feira (15)

Mortandade de abelhas ligada à pulverização de defensivos preocupa também em Goiás

Polícia Civil apura morte de 8,9 milhões de abelhas em Bela Vista e Silvânia

Uma operação conjunta, denominada Operação Proteção das Abelhas, foi realizada envolvendo a Delegacia Estadual de Proteção ao Meio Ambiente (Dema) e a Agrodefesa, divulgou a PC.

Segundo a corporação, nesta terça-feira (16) mesmo foram remetidos três procedimentos de mortandade de abelhas ao Poder Judiciário. Se confirmada a pulverização de inseticidas como a causa, isso caracteriza crime ambiental.

Envenenamento por pulverização

Mortes são atribuídas a aplicação de defensivos – Foto: Divulgação / Polícia Civil de Goiás

Ainda de acordo com a PC, “todos os fatos apurados têm como causa o envenenamento após pulverização das lavouras. A pena para tais crimes é de até 4 anos de reclusão e, na esfera administrativa, a multa pode chega a R$ 2 milhões”.

Por outro lado, nas redes sociais a instituição, informou que busca na comunicação respeitosa entre o agricultor e o apicultor, a chave “para que todos tenham benefícios”.

Internautas reclamam falta de ação policial em outras cidades

Até o início da noite a postagem foi comentada por ao menos duas pessoas. Uma denunciou problemas com pulverizações em Paranaiguara.

O homem reclama que foi até São Simão registrar a ocorrência. Porém, segundo ele, mesmo levando filmagens de um avião pulverizando canaviais da região três dias antes da morte das abelhas, a denúncia não teria sido apurada, questionou em comentário na postagem.

Além disso, outro internauta também se queixou de que denunciou caso parecido em Hidrolândia. No entanto, segundo ele, nunca houve resposta da PC.


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