A polícia Civil de Goiás, por meio da Delegacia Estadual de Combate à Corrupção (Deccor), deflagrou na manhã desta quarta-feira (20) a Operação Endromidas que investiga supostas fraudes em licitações na Prefeitura de Goiânia. No total, 25 pessoas estão sendo investigadas.
Conforme a investigação, diversos órgãos da administração municipal da capital, como a Companhia de Urbanização de Goiânia (Comurg), Secretaria Municipal de Infraestrutura Urbana (Seinfra), Secretaria Municipal de Administração (Semad) e Agência Municipal do Meio Ambiente (Amma), supostamente tinham núcleos compostos por servidores públicos responsáveis por licitações e contratos fraudados.
Durante coletiva de imprensa para a prestação de esclarecimentos sobre a operação, o prefeito do município, Rogério Cruz (Republicanos) informou que o presidente da Comurg, Alisson Borges, foi afastado do cargo. Na casa do presidente da Comurg, Alisson Borges, foi encontrado dinheiro em espécie (em real e dólar), cartões de crédito e relógios de luxo. Ao todo, foram encontrados e recolhidos R$ 431 mil.
Em nota, a Prefeitura de Goiânia informou que está contribuindo com o acesso de equipes de policiais aos locais que estão sendo visitados para coleta de equipamentos ou documentos e que reúne informações sobre o objeto das investigações para prestar todos os esclarecimentos com transparência.
A Prefeitura de Goiânia reforça o seu compromisso com a transparência pública e acredita na elucidação dos fatos por parte das forças policiais de investigação.
A operação mobilizou mais de 140 policiais civis. Foram cumpridos 32 mandados de busca e apreensão em residências e em vários órgãos públicos, em Goiânia e região metropolitana. A investigação apura licitações suspeitas realizadas por órgãos públicos do município de Goiânia, que teriam sido fraudadas.
Conforme o inquérito, empresas se organizaram entre si e, nos pregões eletrônicos, ofertavam lances com valores muito abaixo dos valores de mercado (preços inexequíveis). Tais empresas alinhavam os lances nos certames e ajustavam entre si quais delas sairiam vencedoras. Investiga-se ainda possível conluio entre os sócios do grupo empresarial e servidores públicos, além de fraudes nas execuções dos contratos. Foram apreendidos documentos e valores.
“A Prefeitura de Goiânia informa que colabora com as investigações da Polícia Civil e está contribuindo com o acesso de equipes de policiais aos locais que estão sendo visitados para coleta de equipamentos ou documentos.
A Prefeitura de Goiânia reúne informações sobre o objeto das investigações para prestar todos os esclarecimentos com transparência.
A Prefeitura de Goiânia reforça o seu compromisso com a transparência pública e acredita na elucidação dos fatos por parte das forças policiais de investigação.”
Processo
Na manhã desta quarta-feira (20), foi divulgada erroneamente a prisão do presidente da Amma, Luan Alves. Posteriormente foi divulgado que Luan foi levado para prestar esclarecimentos e depois liberado pela Polícia Civil. Diante das duas informações sobre o servidor, o pai do presidente, o deputado Clécio Alves, afirmou em entrevista à Rádio Sucesso que vai processar uma TV e a mesma terá que responder por ferir a “honra, imagem e dignidade” de Luan Alves.
Conforme a informação divulgada, Luan Alves teria sido preso com 10 armas de fogo, incluindo duas sem registro, e R$ 50 mil em dinheiro. “É grave e eles vão pagar por isso, eles vão ser responsabilizados por essa irresponsabilidade, por essa falsa informação”, afirmou indignado.
“Me bate, faz o que quiser comigo, mas não mexe com a minha família. O meu filho está lá na casa dele agora. […] A polícia já foi embora, a polícia está cumprindo a obrigação dela. Eu acho que tem que cumprir, tem o meu respaldo, tem o meu respeito. Agora, falar que prendeu por uma razão e ser falso, isso aí cabe processo, cabe indenização”, relatou.
O Diário de Goiás (DG) entrou em contato com o deputado Clécio Alves para maiores esclarecimentos e depoimento, mas não recebeu retorno até a última atualização desta reportagem. Para a reportagem, a Polícia Civil informou que não houve mandado judicial de prisão e nem prisão em flagrante contra os investigados, nem apreensão de armas.