A Polícia Civil, por meio do Grupo Antissequestro (GAS) da Delegacia Estadual de Investigações Criminais (DEIC), desarticulou uma associação criminosa especializada em tráfico internacional de drogas e lavagem de dinheiro. Seis pessoas foram presas. Os policiais também apreenderam dois jatos executivos, um helicóptero, R$ 571 mil reais em espécie, 11 veículos, um jet ski e 13 relógios de luxo. O caso foi apresentado nesta sexta-feira (09/08).
As investigações tiveram início após o desaparecimento do piloto Bruce Lee Carvalho dos Santos, depois de pilotar um avião até a Colômbia. Foi constatado que ele e outros pilotos goianos foram contratados pela quadrilha para trazer drogas da Bolívia, Colômbia e Peru para Goiás.
De Goiás, os entorpecentes eram despachados para países, como Alemanha, Bélgica, França e Holanda. Diversos artifícios eram utilizados para que as drogas chegassem na Europa. “Eles escondiam tudo em produtos destinados à exportação, como granito e mármore, que são materiais pesados. Isso facilitava para que o objetivo deles fosse atingido”, explicou o delegado-geral da Polícia Civil, Odair José Soares.
“Eles tinham duas alas de distribuição e transporte de cocaína, usavam pequenos aviões, agenciava e cooptavam pilotos jovens ainda em início de carreira que iam até os países e buscavam essa droga. Vinham para o Estado do Pará e em pequenos aviões essa droga vinha para Goiás e depois para São Paulo. Tinha-se toda a logística para exportar essa cocaína para vários países da Europa. A gente tem a noção de que eles exportavam cerca de 500KG de cocaína por mês e isso nós estamos falando em cerca de R$40 milhões de dólares”, acrescenta.
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As drogas também eram escondidas em alimentos, mas, quando se tratava de quantidades menores, a quadrilha usava outras pessoas como ‘mulas’ para que a carga fosse levada em bagagens de voos regulares. “São criminosos audaciosos, que cooptavam até funcionários de companhias aéreas”, ressaltou o delegado-geral.
Os membros da quadrilha, comandada por um holandês radicado no Brasil, ostentavam luxo em viagens para destinos, como Dubai e Ilhas Maldivas. Eles viviam em casas em condomínios fechados e tinham diversos carros de luxo.
Sobre Bruce Lee, o que se sabe é que ele pilotava um avião da organização criminosa. Ele e aeronave estão desaparecidos desde dezembro de 2018. Há indícios de que o avião tenha caído em um lago na Bolívia depois de ter colidido em um fio de alta tensão.
As prisões foram efetuadas em Goiânia e cidades de outros estados, como Santana do Paranaíba, em São Paulo, e São Félix do Xingu, no Pará. Foram cumpridos, ainda, 20 mandados de busca e apreensão.
De acordo com o secretário de Segurança Pública, Rodney Miranda, o grupo atuava há vários anos. “A movimentação financeira era enorme. Estamos falando de milhões de dólares. Um dos aviões apreendidos, custa cerca de R$ 10 milhões e não era um avião para tráfico e sim para lazer, mas eles não tem nenhuma renda que banque todo esse aparato a não ser o tráfico de drogas”, revelou.
O titular da SSP também destacou a mudança de patamar das forças policiais goianas em termos de investigação. “É a segunda quadrilha internacional de tráfico de drogas apresentada em menos de uma semana. A Polícia Civil tem atuado com ações de muita inteligência e compartilhamento de informações. Isso é fundamental para que a criminalidade seja combatida com cada vez mais força”, disse.
O governador Ronaldo Caiado também participou da apresentação do caso. Segundo ele, a corporação, mais uma vez, demonstra que é referência para todo o Brasil e deve se tornar referência internacional.
“Trata-se de uma das maiores operações da história da Polícia Civil. Nossos policiais têm agido com muita inteligência e eficiente. O resultado está sendo visto no grande número de quadrilhas desarticuladas e na redução dos indicadores criminais. Vamos continuar trabalhando de forma integrada para vencer os criminosos”, elogiou.