23 de dezembro de 2024
Goiânia • atualizado em 13/02/2020 às 00:48

PM-GO defende horário para fechamento de bares e distribuidoras de bebidas

Tenente-coronel Ricardo Rocha.
Tenente-coronel Ricardo Rocha.

“Uma bandeira que quero trazer junto à Câmara Municipal é a limitação do horário de funcionamento de bares e distribuidoras de bebidas em certos locais da capital”, afirmou o comandante do Policiamento da Capital, tenente-coronel Ricardo Rocha.

Para o comandante, com a limitação do horário de funcionamento desses estabelecimentos serão reduzidos os índices de criminalidade. Segundo Rocha, os crimes contra a vida, como homicídio e tentativa de homicídio, além do tráfico de drogas, acontecem, em sua maioria, em bares e distribuidoras ou nas proximidades.

“Não digo em todas as regiões da capital, mas temos regiões específicas e o crime está acontecendo. Precisamos adotar essas medidas. Precisamos limitar horário para isso. O tráfico de drogas também está nos bares e distribuidoras de bebidas. A ideia é para diminuir a incidência de crimes contra a vida em nossa capital. Acho que é importante discutirmos isso. […]O indivíduo vai para lá e fica a noite inteira, a madrugada inteira. São locais de risco”, ressaltou o comandante.

A proposta será levada ao prefeito de Goiânia, Iris Rezende (PMBD), e aos vereadores para que, então, sejam realizadas audiências públicas, com o objetivo de discutir o assunto e, posteriormente, aprovar uma lei referente à limitação de horário.

Questionado se talvez não seria interessante manter essa proposta em conjunto com Aparecida de Goiânia, Ricardo Rocha informou que no município já existe medidas desse teor. “Em Aparecida já tem uma política nesse sentido, tem um determinado horário que os bares são fechados. Independente disso, nós temos desenvolvido ações em bares, em conjunto com órgãos da Prefeitura”, disse.

Em entrevista à Rádio Vinha FM, o comandante destacou que ainda não teve nenhum diálogo com o setor de comércio, como a Associação de Bares e Restaurantes, mas que as audiências públicas serão promovidas com o intuito de todos chegarem a um consenso. “Tem a preocupação comercial de arrecadação e etc., mas também estamos preocupados com a segurança das pessoas”.

Leia parte da entrevista:

Ricardo Rocha: Outra bandeira que eu quero trazer junto à Câmara Municipal é a limitação de horário de funcionamento de bares e distribuidoras de bebidas em certos locais na capital. Eu quero levar a proposta, em conjunto com o comandante da PM, e levar sugestões de horários e locais. Em determinados locais e horários, em regiões da nossa capital, é que os crimes de tentativa de homicídio e homicídio acontecem, ou em bares e distribuidoras ou nas proximidades. Grande parte dos homicídios ocorridos na capital são…

Altair Tavares: Em quais regiões?

Ricardo Rocha: Noroeste, Oeste, Leste. São homicídios ocorridos em bares e distribuidoras ou nas proximidades. O indivíduo vai para lá e fica a noite inteira, a madrugada inteira. São locais de risco. Precisamos diminuir esse risco. Isso é uma realidade e eu levanto essa bandeira, para estipularmos horários durante a semana e finais de semana. Essa é minha opinião como comandante do Policiamento da Capital e vou levar isso para o comandante-geral da PM e aos vereadores da Segurança. Temos na Câmara Municipal, que foram eleitos, policiais militares, policiais civis, guardas municipais. Acho que temos regiões específicas e que nesses locais estão concentrados crimes de homicídio e tentativa de homicídio. Precisamos levar isso para discussão para que os crimes contra a vida possam ser minimizados. Precisamos resolver isso.

Samuel Straioto: O senhor já apresentou essa proposta à Associação dos Bares e Restaurantes, ao setor comercial?

Ricardo Rocha: A ideia nossa é levarmos essa discussão para a Câmara Municipal e ela promover audiências públicas para discutir isso. Não digo em todas as regiões da capital, mas temos regiões específicas e o crime está acontecendo. Precisamos adotar essas medidas. Precisamos delimitar e limitar horário para isso. Tem a preocupação comercial de arrecadação e etc, mas também estamos preocupados com a segurança das pessoas. O tráfico de drogas também está nos bares e distribuidoras de bebidas. Como na Europa, o comércio fecha, o bar fecha, tem horário e o crime não acontece com a mesma frequência. Se você tem um bar com incidência, se você fecha determinada hora, você não vai ter pessoas ali e, certamente, o crime vai ser evitado. Claro, é um conjunto de ações. Estou levantando duas questões que precisamos discutir na capital, referente à área de Campinas, em relação às pessoas em situação de risco, precisamos ter ação social, não somente ação de polícia, e a limitação de horário. A ideia é para diminuir a incidência de crimes contra a vida em nossa capital. Acho que é importante discutirmos isso.

Altair Tavares: Essa articulação pode ser feita em conjunto com Aparecida de Goiânia, que é tão próxima?

Ricardo Rocha: Em Aparecida já tem uma política nesse sentido, tem um determinado horário que os bares são fechados. Independente disso, nós temos desenvolvido ações em bares, em conjunto com órgãos da Prefeitura. Semanalmente nossas unidades fazem buscas nos bares e distribuidoras, fazemos em parceria com a Prefeitura a fiscalização de documentação, de legalidade de funcionamento. Escolhemos dias da semana que são mais comuns as pessoas saírem e ingerir bebida [alcóolica], até 2h, por exemplo. Quando dá 5h, em um bar ou em uma distribuidora, alguém atira contra alguém, tem uma discussão, utiliza arma branca, o indivíduo morre por conta de discussões banais. Às vezes em um bar onde tem muitas pessoas tem a questão do tráfico e cobrança de dívidas. Então, precisamos discutir isso. Sou favorável e vou estar reunindo com o próprio prefeito Iris Rezende, vou visitar nos próximos dias o presidente da Câmara e os vereadores da área da segurança. É obrigação deles, precisamos discutir para que nos ajude no combate do dia-a-dia.

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