Desde o início desta semana um dos assuntos mais comentados na imprensa e na internet envolve a Polícia Federal (PF) e a Agência Brasileira de Inteligência (Abin). Isso por quê uma operação da PF identificou ainda mais ações supostamente irregulares do órgão de inteligência durante o governo passado.
A Abin, à época chefiada pelo atual deputado federal Alexandre Ramagem, segundo a PF, fazia de forma “descontrolada” invasões ilegais a celulares de desafetos do governo Bolsonaro.
“Não se pode qualificar a solução tecnológica First Mile, adquirida por R$ 5 milhões, como mero brinquedo de criança […] Ainda mais quando a ferramenta foi utilizada para monitorar sujeitos sem qualquer pertinência com as atribuições institucionais da ABIN”, escrevem os policiais, citando o nome do software que operava na rede de telefonia brasileira. As informações foram divulgadas pelo Metrópoles nesta quinta-feira (25).
Além disso, a Polícia Federal (PF) ainda encontrou uma tentativa da Abin de associar os ministros Alexandre de Moraes e Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), à organização criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC), tudo também durante a gestão de Ramagem.
Informações vieram à tona depois que Ramagem foi alvo de buscas pela PF na manhã desta quinta-feira (25) com a Operação Vigilância Aproximada, que investiga suspeitos de usar o software para espionar autoridades. A ordem para deflagrar a operação foi expedida pelo próprio Alexandre de Moraes.
O First Mile é capaz de detectar um indivíduo com base na localização de aparelhos que usam as redes 2G, 3G e 4G. Para isso, bastaria digitar o número do seu contato telefônico e acompanhar em um mapa a última posição.
Vale lembrar que o ex-chefe do órgão, Ramagem esteve à frente do Abin entre julho de 2019 e abril de 2022, durante o governo de Jair Bolsonaro (PL). Nem o deputado, nem a Abin se pronunciaram até o momento.
Leia mais sobre: Brasil