22 de dezembro de 2024
Operação

PF mira chefe do setor de presentes da presidência de Bolsonaro 

A operação ocorre no âmbito das investigações sobre a destinação das joias dadas pelo governo da Arábia Saudita
Joias foram entregues a Bento Albuquerque após reunião com sauditas e foram apreendidas no aeroporto de Guarulhos. (Foto: Divulgação)
Joias foram entregues a Bento Albuquerque após reunião com sauditas e foram apreendidas no aeroporto de Guarulhos. (Foto: Divulgação)

Uma operação deflagrada na manhã desta sexta-feira (12), pela Polícia Federal (PF), cumpriu mandado de busca e apreensão na casa de Marcelo da Silva Vieira, responsável pelo setor de presentes recebidos pelo presidente da República na gestão de Jair Bolsonaro (PL). A informação é do jornal O Globo.

A operação ocorre no âmbito das investigações sobre a destinação das joias dadas pelo governo da Arábia Saudita e que deveriam ser incorporadas ao acervo do governo brasileiro.  

Com a função de revisar o que poderia ser aceito como presente para o acervo privado presidencial, Marcel Vieira era funcionário do Gabinete Adjunto de Documentação Histórica da Presidência da República desde o governo de Michel Temer (MDB). Portanto, ele foi demitido em janeiro, após a posse de Luiz Inácio Lula da Silva (PT). 

À PF, Vieira disse que Bolsonaro participou de um telefonema, em dezembro do ano passado, em que o seu ajudante de ordens, o tenente-coronel Mauro Cid, pedia que o então funcionário do Gabinete Adjunto de Documentação Histórica da Presidência assinasse um ofício visando a liberação de um estojo de joias dadas pelo governo da Arábia Saudita e retido pela Receita Federal no aeroporto de Guarulhos (SP).

No dia 27 de dezembro, Mauro Cid enviou ofício para Marcelo Vieira, três dias antes de Bolsonaro viajar para os Estados Unidos, e em meio à operação casada entre o gabinete de Bolsonaro e a chefia da Receita Federal para recuperar as joias. Em meio ao imbróglio, Marcelo Vieira não aceitou assinar o documento. Por isso, segundo ele, Mauro Cid decidiu fazer uma ligação.

Ainda em depoimento, Marcelo Vieira contou que Mauro Cid colocou a ligação em modo viva-voz e pediu ao declarante para que explicasse ao presidente da República essa situação e por que não poderia assinar.

Conforme seu depoimento, o então assessor da Presidência deu explicações técnicas sobre a impossibilidade e Bolsonaro respondeu apenas com um “Ok, obrigado”. Além do depoimento, o celular de Vieira também foi apreendido e deverá ser submetido à perícia. 


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