23 de novembro de 2024
Expedição

Pesquisa de campo vai apresentar diagnóstico das condições do Rio Meia Ponte

Cerca de 50 pesquisadores e técnicos vão percorrer os 40 quilômetros do rio, analisando a situação da água, do solo, das matas ciliares, fauna e flora
A expedição Rio Meia Ponte vai durar seis dias. Foto - Wesley Menezes
A expedição Rio Meia Ponte vai durar seis dias. Foto - Wesley Menezes

Uma pesquisa de campo coordenada pela vereadora Kátia Maria (PT) e iniciada nesta quarta-feira (22), no Dia Mundial da Água, mostra a 1ª Expedição Rio Meia Ponte, que pretende fazer o maior diagnóstico já feito sobre as condições do rio em seu curso dentro do perímetro urbano de Goiânia.

Cerca de 50 pesquisadores e técnicos vão percorrer os 40 quilômetros do rio, analisando a situação da água, do solo, das matas ciliares, fauna e flora. São equipes embarcadas, descendo o rio em canoas, e outras por terra e nos laboratórios das duas instituições de ensino parceiras da expedição.

O objetivo é construir um documento, chamado Carta das Águas do Meia Ponte, que apresentará um panorama completo do atual situação desse trecho do rio.

“O Meia Ponte nasce em Itauçu e deságua no Rio Paranaíba, entre Itumbiara e Cachoeira Dourada, mas é justamente quando ele atravessa Goiânia que está a situação mais crítica e poluída”, explica a vereadora Kátia, coordenadora da expedição. “Nós, agentes públicos, precisamos ter um olhar diferenciado para esse trecho do rio”, completa.

A Bacia Hidrográfica do Rio Meia Ponte é a principal fornecedora de água para a Região Metropolitana de Goiânia, e o rio, em específico, é responsável por pelo menos 50% da água que chega para a população goiana, com a captação realizada em seu curso, na Região Noroeste da capital.

Mas como todo rio que corta grandes centros urbanos, o Meia Ponte sofre com diversas ações do ser humano, como o descarte irregular de esgoto e lixo, desmatamento das matas ciliares e até mesmo captação irregular de água.

O Ranking do Saneamento do Instituto Trata Brasil, divulgado esta semana, revela que o tratamento do esgoto em Goiânia só chega a 72,46% da água utilizada pelos moradores. Ou seja, cerca de 27% do esgoto da capital retorna aos rios sem tratamento.

“Grande parte desse esgoto acaba vindo para o Meia Ponte, porque os córregos da cidade são afluentes dele”, alerta a vereadora. “Então, esse rio que serve para abastecer a cidade é também o rio que está recebendo esses efluentes, esse esgoto que está poluindo e contaminando as suas águas”, ressalta Kátia.

Duração

A expedição Rio Meia Ponte vai durar seis dias. O início foi na Estação de Tratamento de Água (ETA) da Saneago, no Bairro Floresta, Região Noroeste de Goiânia, e o final será no encontro do Meia Ponte com o córrego Barreiro, na divisa com Senador Canedo, Região Leste da capital. Durante todo esse trajeto, os pesquisadores farão um levantamento minucioso das condições da água, solo, fauna e flora.

A expedição não é fiscalizatória ou punitiva, mas sim científica. No entanto, todas as irregularidades encontradas serão levadas aos órgãos competentes para que sejam tomadas as devidas providências.

“O nosso objetivo é científico e educativo, mas é claro que vamos apresentar os dados, o que pudermos identificar de irregularidades e depois iremos cobrar que as ações sejam colocadas em prática e as fiscalizações e punições sejam feitas”, explica Kátia.

Além das equipes embarcadas, a expedição conta ainda com ações de educação ambiental por terra, com pesquisadores e técnicos percorrendo os bairros margeados pelo rio e levando informações também para dentro das escolas públicas das regiões por onde passam.

“A UFG e o IFG são instituições com pesquisadores muito qualificados e temos certeza que o relatório final será de grande valor para nortear as ações para que a gente possa recuperar e preservar o rio”, afirma a vereadora.

A iniciativa conta com apoio da Câmara Municipal e em parceria com a Universidade Federal de Goiàs (UFG), Instituto Federal de Goiás (IFG) e Saneago, com apoio do Batalhão Ambiental da Polícia Militar, do Corpo de Bombeiros, Centro de Zoonoses, Fecomércio, além de outras entidades e instituições governamentais.

Imagem – Wesley Menezes

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