Pesquisa AtlasIntel/Bloomberg divulgada nesta terça-feira (8), mostra que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) teria 44,6% dos votos no primeiro turno da eleição presidencial de 2026, contra 34% de Tarcísio de Freitas, se o governador paulista do Republicanos disputar. Outros nomes aparecem todos com menos de 5 pontos percentuais, incluindo o governador goiano, Ronaldo Caiado (UB), que teria 1,7% no primeiro turno.
Enquanto a evolução de Lula foi de 42.5% de dezembro de 2024 – caindo 1 ponto percentual de janeiro a março -, até se recuperar e chegar aos 44.6% atuais, Tarcísio, que negava candidatura, tinha 33.2% em dezembro, caiu para 26.2% em janeiro e depois subiu para 34.3% em abril, desidratando um pouco para os 34% de agora.
A pesquisa foi feita pela Latam Pulse, uma iniciativa entre AtlasIntel e Bloomberg, que fornece dados mensais sobre a situação política, social e econômica de Brasil, Argentina, Chile, Colômbia e México, cinco países-chave da América Latina.
No âmbito do perfil eleitoral por gênero, Lula atualmente é o preferido de homens (43.6%) e mulheres (45.4%), estando à frente de Tarcísio 15 pontos percentuais no voto feminino. O governador paulista tem a preferência de 39.2% dos homens e 29.5% das eleitoras.
Em termos etários, os mais idosos têm ampla preferência por Lula: 62.2% na faixa entre 60 e 100 anos, contra 27.6% de Tarcísio. O atual presidente também tem a preferência em faixas etárias de setores em atividade produtiva, como na faixa entre 35 e 44 anos (44% para Lula contra 35.6% para Tarcísio), e na faixa dos 45 até 59 anos, com diferença também grande para o petista (50.2% para Lula e 38.% de Tarcísio).
Por outro lado, o governador hoje tem a preferência nas faixas etárias mais jovens: entre 16 e 24 anos, 27.2% votariam nele, assim como entre os 25 e 34 anos, 37.6% estariam com Tarcísio. Já Lula, nessas duas faixas etárias, respectivamente, viria em segundo com 20.9% e 36.6%.
Em termos de escolaridade, Lula só perderia para Tarcísio entre os eleitores do ensino médio, e por pouca diferença: 37.9% contra 40.5% para o republicano. Nas demais faixas de ensino o petista lidera. Entre os eleitores que têm apenas ensino fundamental a diferença de Lula é de 20 pontos percentuais na frente do paulista, e nos que têm curso superior passa de 21 pontos a preferência por Lula.
Já na faixa salarial, Lula também tem a preferência, mas a distância de Tarcísio é de poucos pontos percentuais entre os que recebem menos de R$ 3 mil mensais. Lula tem mais votos entre os eleitores que recebem entre R$ 3 mil e R$ 5 mil (51% contra 31% de Tarcísio) e entre os que têm renda variando de R$ 5 mil a R$ 10 mil, que chega a 48.8 para Lula e 33.7% para Tarcísio. Os eleitores mais ricos, que recebem salários acima de R$ 10 mil, também preferem mais o atual presidente e a distância entre os candidatos chega a 25 pontos percentuais: 51.8% para Lula e 26.8% para Tarcísio.
Enquanto Lula é o preferido dos eleitores católicos, com 51.6%, contra 31.1% de Tarcísio, entre os evangélicos ocorre o inverso e o governador sai com uma diferença de 29 pontos na frente: 49.5% contra 20.1% de Lula.
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Por regiões, Lula lidera em quase todas, com variações maiores na região dele, a Nordeste, onde chega a 54.4% contra 30.7% de Tarcísio. Já na região Sudeste, a de Tarcísio, o governador tem quase 10 pontos percentuais a menos que o presidente: 34.9% contra 44% de Lula. O republicano empata com o petista no Norte do país, com 39.9% e Lula 39.6%.
Já em sua região, a Centro-Oeste, o governador Ronaldo Caiado aparece em terceiro, com 6.7%, atrás de Lula com 41.6% e de Tarcísio, com 39.6%.
O levantamento apontou que entre os que declararam preferir Tarcísio, 66.4% disseram ter votado no ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no segundo turno das eleições de 2022.
Cenário com Michelle
Se a ex-primeira dama Michelle Bolsonaro (PL) se candidatar a presidente, ela bate a preferência de Lula em um único aspecto: eleitores entre 16 e 24 anos, onde 48.8% disseram votar nela no primeiro turno, contra 22.3% de Lula. Em todas as demais variáveis por faixa etária, gênero, nível educacional e renda familiar, Lula aparece à frente, exceto entre eleitores que ganham até R$ 2 mil onde ela empata com a preferência de 38.6% contra 38.2% de Lula.
Entre as eleitoras, Lula tem 10 pontos percentuais de frente sobre Michelle: 45.5% contra 34.9% para ela. Já entre os homens, a distância é bem maior: 44.3% votariam em Lula no primeiro turno e 25.2% em Michelle. Assim como Tarcísio de Freitas, Michelle bateria Lula entre eleitores evangélicos com diferença de quase 40 pontos percentuais de frente, enquanto Lula repete o desempenho e bateria a bolsonarista entre os católicos, com 28 pontos de frente para o petista.
Cenário com Haddad
Caso o presidente Lula não dispute e o candidato dele for o atual ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), que já concorreu à presidência, e o governador de São Paulo estiver na disputa, haveria empate técnico com Tarcísio no primeiro turno, segundo aponta a pesquisa. O governador aparece com 34% contra 33.3% do ministro.
Em um cenário para o segundo turno, a pesquisa divulgada nesta terça-feira mostra que Lula ganharia de todos os nomes que estão da disputa. O único que ficaria à frente dele e apenas por 0,8 pontos percentuais, seria o ex-presidente Jair Bolsonaro, que está inelegível até 2030.
Simulações de segundo turno
Em relação a Tarcísio, Lula teria 47.6% dos votos ao disputar o segundo turno, contra 46.9%. Se a candidata fosse Michelle Bolsonaro, o atual presidente teria 48% dos votos contra 47.5% para ela no segundo turno. Já se fosse possível Bolsonaro disputar, ele teria 48.6% contra 47.8% de Lula.
A diferença a favor de Lula aumenta em simulação usando o nome do governador de Minas, Romeu Zema (Novo) com o presidente mantendo os 48% e Zema dez pontos atrás, com 38%. Em caso de a disputa ser entre Lula e Ronaldo Caiado, o presidente alcança 47.8% contra 35.3% para o governador goiano, uma diferença maior do que se candidato a enfrentar o petista no segundo turno fosse o governador do Paraná, Ratinho Júnior (PSD), que chegaria a 39% contra 47.3% do presidente.
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