Embora estejam se movimentando para influenciar nas eleições municipais, é relativa à capacidade de interferência política do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Em entrevista a Altair Tavares, o professor e doutor em Comunicação, Luis Signates explica que o cenário nacional geralmente tem baixa influência na decisão de voto do eleitorado.
Segundo Signates, nas eleições municipais, o eleitor está mais preocupado com questões de seu dia a dia e qualidade de vida. “A interferência da eleição anterior sobre essa vai ser residual. O eleitor não vota por essa coisa do 22, do bolsonarismo, ou pelo que o bolsonarismo representa. Isso não interfere pesadamente na relação que o eleitor tem com os equipamentos públicos do nível municipal. Ele enxerga o prefeito como um gestor para cuidar da cidade”, iniciou Signates.
Para justificar o raciocínio, Signates cita os exemplos dos pré-candidatos, Gustavo Gayer (PL) em Goiânia e Antônio Gomide em Anápolis (PT). “Acredito que as chances de Gustavo Gayer são muito pequenas em Goiânia e, muito provavelmente, em Anápolis, um petista será eleito. Apesar de Anápolis ser uma das cidades mais bolsonaristas do Estado de Goiás”, afirmou Luis com base no resultado que as pesquisas eleitorais vêm apresentando.
Não tem Bolsonaro nem Caiado que consiga alterar o pensamento do eleitor Anapolino em relação à escolha do prefeito de Anápolis. Então, isso acontece e é normal acontecer. Você ter um bom gestor de uma determinada tendência política e esse bom gestor, ele acabar sendo privilegiado mesmo contra uma orientação do ex-presidente ou governador.
Luis Signates
Conforme pesquisa do Instituto Serpes para o jornal Contexto, divulgada na última sexta-feira (7), Gomide aparece na liderança das intenções de votos, com 60,2% no cenário estimulado. Vale destacar que o político já foi prefeito da cidade, por dois mandatos, e vereador em quatro oportunidades. “Gomide, quando foi prefeito em Anápolis, cuidou muito bem da cidade. E aí, o ‘recall’ que ele tem da população anapolina é muito bom e muito grande. E a oposição ao petista está claramente dividida”, concluiu Signates.
Pesquisa atesta análise de Signates
Conforme um levantamento do Paraná Pesquisas divulgado em janeiro deste ano, 42,6% dos entrevistados disseram que o apoio de Bolsonaro a um candidato a prefeito não interfere na decisão pelo voto. Em relação à Lula, o percentual dos que fizeram a mesma afirmação é de 35,4%.
Segundo a pesquisa, 31% dos entrevistados disseram que o apoio de Lula a um candidato aumenta as chances de votar nele. Já as chances de um concorrente ser votado aumentam para 29,2% dos entrevistados. Por outro lado, 31% dos eleitores disseram que as chances de um candidato ser votado por eles diminuem quando ele tem apoio declarado de Lula.
Outros 25,3% disseram que, se o apoio for de Bolsonaro, a vontade de votar no candidato diminui. A margem de erro é de 2,2 pontos percentuais para mais e para menos e a taxa de confiança é de 95%. A pesquisa foi feita a pedido do PL, partido de Bolsonaro, onde o Paraná Pesquisas ouviu 2026 eleitores em 26 Estados e no Distrito Federal entre os dias 24 e 28 de janeiro.
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