O governador de Goiás, Marconi Perillo, avisou a aliados que aceita concorrer à presidência do PSDB com o apoio da ala do partido que defende a permanência da sigla no governo Michel Temer.
Ele pretende disputar o comando da legenda com o senador Tasso Jereissati -que preside a sigla interinamente desde o afastamento de Aécio Neves, em maio, e era favorito para permanecer no posto.
A decisão deve aprofundar no PSDB a divisão interna que tem como ponto central o debate sobre a permanência da sigla no governo Temer. Tasso quer o rompimento imediato, e Perillo defende a manutenção do apoio.
Com a provável renúncia definitiva de Aécio ao posto de presidente, esperada para as próximas semanas, os tucanos devem escolher até o fim do ano o nome que vai conduzir a sigla e liderar as articulações para as eleições presidenciais de 2018.
Defensores do desembarque do PSDB do governo querem a convocação imediata da eleição de um novo presidente para efetivar Tasso no cargo. O cearense assumiu o partido em maio, quando Aécio se afastou após ser flagrado em uma conversa em que pede R$ 2 milhões ao empresário Joesley Batista, da JBS.
A ala tucana que prega a manutenção do apoio da legenda a Temer, entretanto, quer postergar essa substituição para tentar construir uma candidatura alternativa -a de Perillo.
Dirigentes tucanos, aliados do governador paulista Geraldo Alckmin e ministros do governo Temer procuraram Perillo nos últimos dias e receberam um sinal verde para lançar as articulações em torno de seu nome.
A intenção desses grupos é construir uma candidatura alternativa a Tasso, uma vez que a efetivação do senador cearense na presidência do PSDB seria também uma vitória do movimento de desembarque do partido do governo Temer.
Segundo a reportagem apurou, o governador de Goiás afirmou que aceita e quer disputar o posto, mas que prefere concluir uma agenda de lançamento de projetos e obras no interior do Estado antes de mergulhar na campanha interna. De acordo com esse cronograma, seria preferível realizar em outubro a eleição para a presidência.
A renovação dos cargos da executiva nacional da sigla estava prevista apenas para maio de 2018, às vésperas da definição do candidato tucano ao Palácio do Planalto.
Desde que Tasso assumiu interinamente o partido, houve ao menos duas tentativas de convocação de eleições para definir o comando definitivo do partido. Ele chegou a dizer que o caso teria de ser resolvido ainda no primeiro semestre, mas uma queda de braço interna adiou o assunto para agosto.
Aliados do presidente interino afirmam que uma reunião da executiva deve ocorrer já na próxima semana. Com isso, as eleições -que são realizadas em convenção- ficariam para o fim de agosto ou para início de setembro. (Folhapress)