A Polícia Civil de Goiás (PCGO) cumpriu 13 mandados de busca e apreensão nesta terça-feira (18), em investigação que apura os crimes de associação criminosa, contratação direta ilegal e fraude em licitação envolvendo contrato firmado em 2024, durante a gestão do ex-prefeito de Goiânia, Rogério Cruz, e do ex-secretário de Saúde, Wilson Pollara, entre a Secretaria Municipal de Saúde de Goiânia e o Instituto Idesp, sediado em Palmas, no Tocantins.
A investigação ocorreu depois da verificação de indícios de irregularidades, tanto na escolha da empresa, quanto na execução do contrato. Segundo a PCGO, há constatação de que houve pagamento integral do valor contratado, superior a R$ 11,6 milhões em prazo muito inferior ao estipulado, sem a comprovação da prestação dos serviços.
Além disso, foram verificados pagamentos antes mesmo da formalização do contrato,” reforçando a suspeita de direcionamento e desvio de finalidade”, divulgou a corporação.

Wilson Pollara foi preso no final de 2024, ainda na gestão Cruz, em ação da Operação Comorbidade que investigava crimes de pagamento irregular em contrato administrativo e de associação criminosa na Secretaria Municipal de Saúde. Na oportunidade, também foram presos o secretário executivo, Quesede Ayres Henrique, e o diretor financeiro, Bruno Vianna Primo.
A PCGO não citou Rogério Cruz entre os alvos da operação. A reportagem ainda não teve resposta a uma mensagem enviada ao contato que seria de Cruz para ele se manifestar sobre o assunto.
O contato telefônico do Idesp em Palmas não está ativo. A reportagem não conseguiu localizar a defesa dos demais investigados nesta terça-feira. O espaço está aberto para a versão deles.
Gestão polêmica
A passagem de Pollara pela SMS de Goiânia foi marcada por muita polêmica e denúncias de irregularidades. Em muitos casos, segundo as apurações, foram celebrados contratos em condições irregulares ou desfavoráveis aos cofres públicos. Além disso, a gestão tentou firmar convênios milionários para a prestação de serviços diversos, promover credenciamento de empresas que forneceriam médicos para a rede, além de contratar serviços, e isso só não se concretizou porque a Justiça barrou.
Antes mesmo da gestão do ex-prefeito encerrar, a Justiça determinou uma intervenção na Saúde da capital diante de um cenário de caos e mortes nas unidades de saúde.
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