22 de dezembro de 2024
Brasil

PCC entra na lista de sanções dos Estados Unidos

Parlamentares americanos pedem FBI investigação de atos em Brasília. (Foto: Facebook/Joe Biden)
Parlamentares americanos pedem FBI investigação de atos em Brasília. (Foto: Facebook/Joe Biden)

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, assinou na quarta-feira, 15, uma ordem executiva que dá ao Tesouro americano novas ferramentas para sancionar estrangeiros envolvidos no tráfico internacional de drogas. No anúncio sobre a medida, o governo dos EUA listou 25 atores, entre indivíduos e organizações, que estão na mira de Washington e terão sanções aplicadas – entre eles, a facção brasileira Primeiro Comando da Capital (PCC). O governo brasileiro foi notificado da decisão pela Casa Branca.

Na divulgação, os EUA classificaram o PCC como o mais poderoso grupo do crime organizado do Brasil e um dos mais poderosos do mundo. “O PCC surgiu em São Paulo na década de 1990 e abriu um caminho sangrento para o domínio por meio do tráfico de drogas, bem como de lavagem de dinheiro, extorsão, assassinato de aluguel e cobrança de dívidas de drogas. O PCC opera em toda a América do Sul, Paraguai e Bolívia, e suas operações alcançam Estados Unidos, Europa, África e Ásia”, descreveu o Tesouro americano.

A ordem executiva assinada por Biden permite que o Tesouro mire suas ações em qualquer estrangeiro envolvido em narcotráfico. As medidas previstas envolvem, por exemplo, o bloqueio de propriedade de suspeitos e a proibição de transferências, empréstimos e financiamentos bancários. A nova regra também possibilita ao órgão sancionar estrangeiros que recebam propriedades derivadas da receita do tráfico. Na prática, o PCC e seus membros e empresas relacionadas poderão ter bens e recursos financeiros bloqueados nos EUA.

A decisão, unilateral dos EUA, serve de alerta ao sistema financeiro global. Bancos e empresas que fizerem negócios no futuro com o PCC podem levar multa e ter operação desautorizada nos EUA, perdendo acesso ao mercado norte-americano. Além do Brasil, há sanções a grupos de China, Colômbia e México.

Por Beatriz Bulla, Felipe Frazão, Marco Antônio Carvalho e Marcelo Godoy, Estadão Conteúdo


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