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| Em 4 anos atrás

Patrimônio de R$ 100 milhões aguça corrida por terra no Nordeste Goiano

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Um patrimônio avaliado em R$ 100 milhões provocou uma verdadeira corrida pela terra prometida no município de São João D’Aliança, na região Nordeste do Estado de Goiás. Pelo menos seis supostos compradores do imóvel, a Fazenda Buriti, tentam se habilitar no processo – no qual eles não figuram originalmente – para ter direito a um quinhão no espólio milionário, em uma manobra que já foi tentada antes e afastada pela própria Justiça, que se encontra diante de uma situação insólita.

Em 2019, o juízo de Alto Paraíso negou o pedido por suspeita de que os contratos apresentados nos autos teriam sido simulados. Agora, depois de decisão em segundo grau, eles buscaram novamente se habilitar.

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Todo o processo é marcado por detalhes que chamam a atenção. A começar pelo contraste entre o tempo que o juízo de primeiro grau demorou para analisar a situação, afastar supostos compradores, pedir juntada de documentos (inclusive centenários) e decidir a respeito da posse das terras e a celeridade da decisão quando foi avaliado o recurso, no segundo grau. Foram 17 anos para julgar – e negar –, em primeiro grau, o pedido de reintegração de posse feito pelo motorista Ciriaco Francisco dos Santos, o que primeiro alegou ocupar a terra há três décadas.

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Já o recurso ao Tribunal de Justiça foi julgado em apenas quatro meses, com decisão no sentido contrário, determinando a reintegração de posse em favor de Ciriaco, contra o espólio de Orlando Vicente Antônio Taurisano.

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Os contratos que os supostos proprietários de parte da terra apresentaram aos autos teriam sido assinados justamente por Ciriaco Francisco dos Santos, que alega ser o legítimo proprietário. Dois deles inclusive também ingressaram com pedido de reintegração de posse em favor deles, alegando que foi cedida a eles uma gleba de 970 alqueires, por meio de contrato de compra e venda e ainda que as terras haviam sido repassadas logo após a assinatura dos contratos. Um dos contratos apresentados à Justiça, também assinado por Ciriaco e sua mulher, Maria Divina Cardoso da Silva Santos, seria da totalidade da área da propriedade. Os contratos foram firmados entre 2000 e 2017.

A disputa começou em 2003, quando Ciriaco e seu filho Marcio Francisco dos Santos ingressaram com o pedido sob a alegação de que são herdeiros e que têm a posse do imóvel. A ação foi movida contra o espólio Orlando Vicente Antônio Taurisano, representado por seu inventariante, o empresário Carlos Alberto Gianesella Taurisano, que possui a escritura da propriedade e hoje está na posse do imóvel.

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Somente em fevereiro de 2020, foi dada a primeira sentença no processo. Nela, o juiz Pedro Piazzalunga Cesário Ferreira, de Alto Paraíso de Goiás, julgou improcedente o pedido de reintegração de posse. O entendimento foi o de que não foram apresentadas provas que confirmassem a posse do bem por parte dos requerentes.

No entanto, o Tribunal de Justiça de Goiás (TJGO), em análise de recurso, reformou a sentença em favor de Ciriaco e seu filho. Após a decisão, foi expedido mandado de reintegração de posse, que ainda não pôde ser cumprido.

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