O papa Francisco voltou a pedir, neste domingo (2), o fim da violência na Venezuela e manifestou sua solidariedade com as famílias das vítimas nos protestos contra o governo Nicolás Maduro.
“Asseguro minha oração por esta querida nação e expresso minha proximidade com as famílias que perderam seus filhos”, declarou o pontífice, um dia depois de o Ministério Público da Venezuela ter aumentado para 89 o número de mortes nesses três meses de manifestações.
“Faço um apelo para que se ponha fim à violência e se encontre uma solução pacífica e democrática para a crise.”
De acordo com o Ministério Público e com a ONG Foro Penal, os protestos também deixaram cerca de mil feridos e 3.500 detidos.
PASSAPORTE
O prefeito da oposição, Ramón Muchacho, denunciou que ao retornar à Venezuela de uma viagem ao Peru e Chile, as autoridades migratórias apreenderam e anularam seu passaporte.
“Ao chegar ao meu país, na imigração, me detiveram e anularam meu passaporte (…); Saí para reuniões importantes, entre outros assuntos, para denunciar a situação dos presos políticos”, escreveu Muchacho em uma rede social, do aeroporto internacional de Maiquetía, que atende Caracas.
Muchacho, que é prefeito do município de Chacao, reduto da oposição, disse neste domingo (2) que as autoridades não deram nenhuma explicação sobre o motivo pelo qual tiraram seu documento.
“Apenas disseram que iriam devolvê-lo”, contou.
O dirigente considerou que o ocorrido é uma retaliação do governo pelos esforços ao defender “a democracia e a liberdade na Venezuela”.
Em 18 de maio, o líder da oposição venezuelana Henrique Capriles denunciou que as autoridades o impediram de viajar a Nova York para uma reunião com o Alto Comissariado de Direitos Humanos das Nações Unidas.
“Me informaram que meu passaporte foi cancelado. Meu passaporte está vigente até 2020. O que querem é que eu não vá às Nações Unidas”, afirmou Capriles.
O país atravessa um momento de profunda tensão política, com intensos protestos pedindo a saída do presidente Nicolás Maduro do poder.
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