A avaliação de aprendizagem dos estudantes de Goiás apontou queda de até 16 pontos durante os dois últimos anos, marcados por aulas remotas por conta da pandemia de covid-19. O dado refere-se ao aprendizado de matemática, segundo a Secretaria Estadual de Educação (Seduc).
Ainda segundo a pasta, a avaliação também mediu o rombo no conhecimento sobre Língua Portuguesa. Nesse caso, houve queda de oito pontos. “Para crescer dois pontos, faz-se um esforço de dois anos. De repente você recebe uma avaliação que diz que as crianças perderam 16 pontos em matemática. O que isso vai significar para o mundo, sendo a educação a única forma de transformação real e que traz resultados econômicos para um país?”, disse a secretária de Educação, Fátima Gavioli, em entrevista à Rádio Bandeirantes Goiânia.
O remédio para isso, segundo a Seduc, é retomar de forma definitiva as aulas presenciais. A pasta defende protocolos de biossegurança, mas diz que a retomada deve ser mantida para evitar mais danos à geração de estudantes.
“A gente tem conseguido manter a retomada. Ou faremos isso e recuperaremos a aprendizagem, ou estamos diante de um caos anunciado para os próximos dez anos, com o apagão da educação”, destacou Gavioli.
Para a secretária, a volta às aulas presenciais foi “muito positiva”. “As crianças estão tendo muita responsabilidade em relação ao uso da máscara, do álcool (em gel). Temos muitos casos de alunos que não tinham feito a rematrícula e depois da retomada presencial, efetivaram-na no sistema”, relatou.
Nesta semana, uma reunião do Conselho Estadual de Educação (CEE) vai definir se permite novamente as aulas híbridas.
Gavioli admitiu que o número de casos entre servidores, por exemplo, é bem maior que em outros momentos. Todavia, ela explica que as vacinas têm protegido os professores, que raramente desenvolvem a covid-19.
“A contaminação é bem maior que em 2020, mas também os casos estão, em sua grande maioria, assintomáticos. Grande parte já está sem carga viral no quinto dia”, relata. Pelo protocolo da Seduc, o professor positivado informa o caso via internet à pasta. Caso ele não tenha atestado, trabalha em aulas remotas até se restabelecer. O período de isolamento tem variado de cinco a sete dias.
Para os alunos que contraírem o vírus, há o portal NetEscola, utilizado desde 2020, que tem aulas gravadas sobre todos os conteúdos, além de listas de exercícios. “Nesse período que ele está em casa, vai baixar o material no portal, fazer as atividades e, quando voltar ao contato presencial, leva os exercícios ao professor dele”, explica a secretária.