09 de agosto de 2024
Opinião
Publicado em • atualizado em 12/02/2020 às 23:39

No Blog do Bordoni: Marconi blefa, mantém liminar e perde no STF

Novembro, dia 9. A notícia foi manchete na mídia. “Marconi desiste de ação contra piso dos professores” (O Popular). “Pressão dos professores deu resultado: Marconi desiste de ação contra reajuste” (jornal eletrônico Diário de Goiás). Também foi destaque nos blogues dos principais jornalistas do Estado (à exceção dos financiados pelo Governo).

Do governador à direção do Sintego: “Vou desistir da ADI”

A decisão foi anunciada pessoalmente pelo governador em reunião, no seu gabinete, com a direção do Sindicato dos Trabalhadores em Educação em Goiás, o Sintego. Durante a reunião, os sindicalistas manifestaram ao governador a preocupação com as perdas irreparáveis que a mudança na fórmula do reajuste, somente pelo INPC, provocará na carreira dos professores e, consequentemente, na educação brasileira. Foi quando ouviram do próprio Marconi a boa nova.

“Nós vamos, na semana que vem, assinar um termo desistência da liminar e demonstrar o meu desinteresse em relação à ADI, numa perspectiva de que o diálogo entre o governo, o sindicato e a Confederação é fundamental para construirmos uma agenda positiva, sinérgica, em benefício dos educadores”, declarou o governador.

Isso, no dia 8 de novembro, quinta-feira. Depois dali, ninguém viu termo de desistência e nem desistência. O governador, simplesmente, não desistiu. E não sou eu quem o diz e, sim, o ministro Joaquim Barbosa, do STF, conforme notícia publicada pela assessoria de imprensa do próprio tribunal.

De acordo com o texto, ipsis litteris, “o ministro Joaquim Barbosa, do Supremo Tribunal Federal (STF), negou liminar que pretendia alterar o regime de pagamento do piso nacional de professores. Governadores de seis estados – Mato Grosso do Sul, Goiás, Piauí, Rio Grande do Sul, Roraima e Santa Catarina – alegavam que o critério de reajuste era inconstitucional. A decisão de Barbosa é liminar, e a ação ainda será analisada no mérito”.

Aguardemos a apreciação do mérito, mas o que importa aqui é a credibilidade do governante. Pelo visto, desistiu de desistir da liminar, tanto que o Estado de Goiás foi citado como um dos subscritores do pleito. Se não ia desistir, porque então o disse, porque prometeu ao Sintego que o faria? Para impedir que os professores levassem a cabo a manifestação que haviam programado? Gozará Sua Excelência de credibilidade, depois dessa blefada, para tentar estabelecer diálogos futuros?

Pacta sunt servanda.