22 de dezembro de 2024
Desdobramento

Operação da PF culmina em prisão de advogado do Solidariedade; “ataque à advocacia”, afirma defesa

Os advogados de defesa de Bruno Pena, que atuava como advogado do Solidariedade, alegam que ele está sendo pessoalmente punido por ações de seus clientes
As prisões são resultado da Operação Fundo do Poço, deflagrada pela PF nesta quarta (12). Foto: Reprodução
As prisões são resultado da Operação Fundo do Poço, deflagrada pela PF nesta quarta (12). Foto: Reprodução

A Operação Fundo do Poço, deflagrada pela Polícia Federal (PF) na última quarta-feira (12), culminou na prisão de Eurípedes Gomes Júnior, atual presidente nacional do Solidariedade e de outros três integrantes da legenda, além do advogado do partido, Bruno Aurélio Rodrigues da Silva Pena. De acordo com a defesa do advogado, sua prisão foi uma forma de “ataque à advocacia”, visto que sua relação com os investigados era “estritamente profissional”.

Ao Diário de Goiás, a defesa de Bruno, representado pelos advogados Júlio Meirelles, Guilherme Augusto Mota Alves, Karoline Pena e Danilo Vasconcelos, afirmou que as acusações que pesam contra ele estão relacionadas “exclusivamente ao recebimento de honorários advocatícios decorrentes de uma representação legal bem-sucedida perante o Supremo Tribunal Federal (STF)”. A defesa alega que os honorários foram recebidos em total conformidade com a prática legal e em valores condizentes com o trabalho realizado por ele.

Bruno atua como advogado de Eurípedes e do partido Solidariedade há mais de uma década. De acordo com seus representantes, sua relação com os envolvidos era “estritamente profissional, focada na prestação de serviços jurídicos”. A defesa se diz perplexa com o motivo da prisão, e ressalta que trata-se de um “ataque à advocacia”, visto que a conduta do advogado não deveria ser “confundida com as ações de seus clientes”.

Investigações da PF

A organização criminosa foi descoberta após relatórios de Inteligência Financeira e da análise de prestações de contas de supostos candidatos. Neles foram localizados indícios que apontam para a existência de um grupo ordenado, para desviar e se apropriar de recursos do Fundo Partidário e Eleitoral.

Conforme as investigações, os envolvidos utilizavam de candidaturas laranjas ao redor do país, de superfaturamento de serviços de consultoria jurídica e desviavam recursos partidários destinados à Fundação de Ordem Social (FOS) – fundação do partido.

O inquérito identificou lavagem de dinheiro por meio da constituição de empresas de fachada, aquisição de imóveis por meio de interpostas pessoas e superfaturamento de serviços prestados aos candidatos laranjas e ao partido. A operação cumpriu sete mandados de prisão e 45 de busca e apreensão em Goiás, São Paulo e no Distrito Federal.

Supostos crimes

Os envolvidos, incluindo Bruno, estão sendo investigados pelos crimes de organização criminosa, lavagem de dinheiro, furto qualificado, apropriação indébita, falsidade ideológica eleitoral e apropriação de recursos destinados ao financiamento eleitoral.

A defesa do advogado afirma que está adotando todas as medidas legais necessárias para contestar a prisão e esclarecer os fatos, “confiando plenamente que as instâncias judiciais reconhecerão a legalidade e a licitude das ações de Bruno”, e acrescenta que manterá seu “compromisso em defender os princípios do estado democrático de direito, especialmente a garantia da advocacia contra criminalizações indevidas”.


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