Na última terça-feira (17), a Agência Goiana de Defesa Agropecuária (Agrodefesa) apreendeu mais de 10 mil embalagens vazias de agrotóxicos que estavam armazenadas de forma irregular. A ação é resultado da Operação Terra Limpa, realizada em parceria com a Delegacia Estadual de Repressão a Crimes Rurais (DERCR).
A operação foi realizada a partir do trabalho inicial de apuração feito na cidade de Paraúna por fiscais estaduais agropecuários da Unidade Regional Rio Verdão da Agrodefesa. No município, os profissionais identificaram desvios, processamento e envio de embalagens de agrotóxicos para Trindade.
A fiscalização encontrou embalagens de agrotóxicos em diferentes estágios de processamento que seriam enviadas irregularmente para a reciclagem. Por se tratar de material tóxico, as embalagens devem passar por manejo e tratamentos específicos em empresas credenciadas e aptas ao trabalho.
Apreensão e destinação correta
Na ação foram apreendidos seis caminhões com produtos, que foram enviados para a Associação Goiana de Empresários Revendedores de Produtos Agropecuários (Agerpa), localizada em Goiânia, e para a Associação dos Distribuidores de Produtos Agrícolas de Rio Verde (Adirv) para pesagem e destinação final. Essas associações são unidades que representam os estabelecimentos comerciais de insumos agrícolas, autorizadas a recepcionar e dar a correta destinação final das embalagens vazias.
Esse tipo de embalagem passa por tríplice lavagem pelos produtores para lavar os resíduos de agrotóxicos. Em Goiás, são 13 associações credenciadas pelo inpEV, que juntas são responsáveis pela gestão em 27 Unidades de Recolhimento de Embalagens Vazias (UREV), devidamente cadastradas na Agrodefesa, sendo 17 Postos e 10 Centrais no Estado.
Resultados
Segundo a gerente de Sanidade Vegetal da Agrodefesa, Daniela Rézio, os fiscais estaduais agropecuários e os agentes da Polícia Civil apuraram ainda que a intenção do proprietário do estabelecimento era desviar as embalagens para recicladoras clandestinas. O presidente da Agrodefesa, José Ricardo Caixeta Ramos, reforça que esse tipo de prática de descarte e armazenamento irregular de embalagens de agrotóxicos vazias, além de ser crime, coloca em risco o meio ambiente, a saúde pública e a economia no Estado.
“Pode trazer sérios danos para a população e afetar toda uma cadeia produtiva. Por isso, casos como esses devem ser denunciados aos órgãos competentes para que as medidas de prevenção e repressão sejam tomadas o mais rápido possível”, explicou o presidente.
Além da apreensão do material, o responsável pelo estabelecimento foi detido pela Polícia Civil e autuado pelos fiscais da Agrodefesa. De acordo a com legislação federal e estadual de agrotóxicos, a previsão é que esse tipo de infração tenha penalidades administrativa e criminal, com multas que podem chegar a R$ 50 mil, além de pena de reclusão, de dois a quatro anos.
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