A chegada da variante ômicron a Goiás exigirá que a população tenha ainda mais responsabilidade durante as festas de fim de ano. Segundo a infectologista Letícia Aires, é preciso tomar cuidado durante confraternizações e nos eventos de Natal e réveillon.
Aires lembra que, apesar da variante tender a ser mais contagiosa, os cuidados seguem os mesmos: distanciamento, uso de máscara, higienização e, sobretudo, vacinação. A infectologista ressalta que é importante que pessoas que tenham algum sintoma gripal evitem comparecer aos eventos e façam testes para diagnóstico de covid-19.
“É uma época de festa e queremos confraternizar. Mas se você tiver sintomas respiratórios, não se reúna com outras pessoas. É importante se testar, se for esse o caso. Hoje, diferente do início da pandemia, muitos laboratórios liberam em um dia ou até no mesmo dia. E tem o antígeno, que demora 20 minutos”, lembra a médica. Ela ainda reforça: “Temos que redobrar os cuidados.”
Efeitos da ômicron
Especialistas mundo afora ainda tentam entender como age a variante ômicron. A tese mais aceita no momento é que a cepa é mais infecciosa que a delta, que predomina no mundo atualmente. Porém, ainda não se sabe o quanto. Nesta segunda-feira (13), o Reino Unido informou a primeira morte de uma pessoa contaminada com a cepa, entre mais de 3 mil casos no país. Há esperança de que a variante seja menos virulenta, todavia, autoridades de saúde preferem manter a cautela.
Aires diz que, de fato, é muito cedo para se fazer inferências sobre a variante. Ela reforça que é importante monitorar o avanço da cepa e reforçar as campanhas de imunização.
“Essa variante ômicron é muito infecciosa, mas ela se estabeleceu em regiões da África, num local de baixa vacinação. O que vamos ter que observar é como a variante vai evoluir na Europa, que tem uma cobertura vacinal semelhante. Independente da variante, as pessoas que estão adoecendo de forma grave e morrendo são as não vacinadas”, pontua.
Para a infectologista, a variante pode causar uma nova onda de infecções. Contudo, desta vez, estarão suscetíveis às formas graves as pessoas que não se vacinaram. Por isso, preocupa o alto número de não imunizados em Goiás. De acordo com a Secretaria Estadual de Saúde, quase 1,7 milhão de goianos elegíveis para se vacinar não completaram o esquema vacinal, sendo que cerca de 670 mil não tomaram sequer a primeira dose.
“A Saúde tem feito busca ativa para que as pessoas sejam vacinadas, mas o que vemos em Goiás é que a segunda dose está com baixa adesão. Muitas pessoas já poderiam ter tomado a terceira dose e não se vacinaram. A maioria são jovens que não estão dando a devida importância. Uma dose só da vacina, para essas novas variantes, não é suficiente. Muito importante que as pessoas vão, se vacinem e protejam-se e aos outros”, frisa a médica.
Ela destaca também que o trabalho de identificação de novas variantes é fundamental para controlar a pandemia. “É importante identificar rapidamente através da vigilância genômica. Isso é importante para controle da covid. A gente consegue, de alguma forma, prevenir a transmissão. As medidas são tomadas após a identificação. Você vai fazer a busca ativa e isola essas pessoas”, explica.
Saúde
Em nota enviada ao DG, a SES-GO também reforçou que a prevenção ao contágio, mesmo com a ômicron, não mudam: “A população deve seguir as medidas de biossegurança para evitar a disseminação do vírus, como uso de máscara facial cobrindo nariz e boca, higienização das mãos com água e sabão e uso de álcool gel 70%. Além disso, a vacinação é fundamental para diminuir internações e casos graves da Covid-19, sendo importante que as pessoas se vacinem com a segunda dose e o reforço.”
A pasta emitiu, há algumas semanas, nota técnica que recomenda a adoção do passaporte sanitário em eventos fechados. A ideia é estimular a vacinação no estado. Por ora, a SES não fará outras recomendações ou mudanças de diretrizes.
A secretaria reforçou que os dois contaminados com a ômicron estão com quadro sintomático leve, bem como os dois casos suspeitos de Valparaíso de Goiás.
Leia mais sobre: variante coronavírus / variante ômicron / Variantes da Covid-19 / Cidades