Segundo o Instituto Vencer o Câncer, uma a cada 52 mulheres vai ter câncer antes dos 39 anos. E de acordo com o Instituto Nacional de Câncer (INCA), até 2025 a estimativa é de 74 mil novos casos de câncer de mama. Esses dados trazem um alerta para a importância da preservação da fertilidade feminina que se fragiliza com os tratamentos oncológicos. Como alternativa surge a oncofertilidade.
O assunto tem ganhado força e o médico especialista em reprodução humana, Vinícius de Oliveira, pontua que o diagnóstico de câncer afeta não somente o corpo, mas também os sonhos de uma vida futura. “É muito importante falar de uma questão que muitas vezes é esquecida no consultório ginecológico. Nosso objetivo é garantir que homens e mulheres possam ter esperança na realização dos seus sonhos”, diz. O especialista aponta que há estudos internacionais que pontuam que até 40% a 80% das mulheres em idade reprodutiva podem experimentar algum grau de comprometimento da fertilidade após tratar o câncer de mama.
O tratamento do câncer de mama como muitos outros oncológicos podem comprometer a fertilidade feminina. Dependendo do tipo ou da intensidade da terapia a ser utilizada, as mulheres podem enfrentar a diminuição da reserva ovariana. Segundo o especialista essa diminuição pode levar a uma menopausa precoce ou a uma esterilidade. “Além das consequências físicas, o impacto emocional diante a probabilidade de perder a capacidade reprodutiva é sem dúvida avassalador para muitas mulheres. Felizmente, a ciência tem avançado muito e hoje a medicina pode oferecer várias opções para reduzir os riscos da fertilidade durante tratamento do câncer, seja de qual tipo ele seja”, diz.
Tratamento
O indicado é a criopreservação de óvulos que é o congelamento de óvulos. O ideal é que o processo seja realizado antes de iniciar a quimioterapia ou radioterapia, pois não é possível congelar o óvulo durante esses tratamentos. Uma outra opção é a remoção do tecido ovariano por meio de cirurgia, que poderá ser reimplantado posteriormente após o tratamento. O que segundo Vinícius, tem sido uma opção que tem mostrado resultados promissores.
O médico informa que é fundamental que as mulheres sejam informadas sobre os possíveis impactos diante dos tratamentos do câncer e sua fertilidade, como também as opções disponíveis para a preservação. “A escolha de procedimento de criopreservação da fertilidade deve ser uma decisão compartilhada entre paciente, o médico oncologista e o especialista em reprodução assistida”, informa Vinícius.
As mulheres merecem não somente sobreviver ao câncer de mama, mas também de viver plenamente e isso inclui a possibilidade de ser mãe, se assim desejarem no futuro
Especialista em reprodução humana, Vinícius de Oliveira
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