15 de novembro de 2024
Carnaval • atualizado em 21/02/2023 às 08:53

Obra do artista goiano Hal Wildson celebra a “Re-Utopya” brasileira no desfile da Beija-Flor

Tema de uma das escolas de samba mais famosas no país foi "Brava gente, o grito dos excluídos no bicentenário da independência"
O artista goiano Hal Wildson participou do desfile da Beija-Flor na madrugada desta terça-feira (21). (Foto: divulgação)
O artista goiano Hal Wildson participou do desfile da Beija-Flor na madrugada desta terça-feira (21). (Foto: divulgação)

O artista goiano Hal Wildson, de 31 anos, estava entre os profissionais que participaram do desfile da Beija-Flor no sambódromo do Rio de Janeiro entre a noite desta segunda-feira (20) e a madrugada desta terça (21). O tema da escola de samba, uma das mais famosas no país, foi “Brava gente, o grito dos excluídos no bicentenário da independência”, desenvolvido pelos carnavalescos Alexandre Louzada e André Rodrigues, e contou com as obras e presença de artistas brasileiros.

De acordo com as informações da Beija-Flor, o desfile, dividido em cinco setores, representou – entre outros objetivos – um grande “ato cívico” pelo protagonismo do povo brasileiro. A história foi contada pela perspectiva do bicentenário da Independência na Bahia, data comemorada em dois de julho deste ano. Hal Wildson, por sua vez, estava presente em uma das alegorias no final do desfile, com sua obra da exposição “Re-Utopya” que faz parte do enredo da escola e que traz um debate sobre a Independência que segue em construção.

“A palavra Re-Utopya suscita reconstrução, reescrita, reinvenção e união do nosso povo, tão múltiplo e tão singular, reinventar o Brasil para que esse lugar seja mais justo para todos. Diferente de uma utopia nunca alcançada, a Re-Utopya é a construção de uma ponte no presente sustentada pelo poder da ancestralidade, com a força da memória lutar pelo poder simbólico , pelo poder das narrativas, pelo pdoer de levantar uma bandeira que represente um projeto mais justo de país, o que casa com o enredo deste ano da Beija-Flor”, explicou o artista goiano.

“No lançamento, a gente questionou os componentes da escola qual era o sentido da independência, o que era uma nação verdadeiramente independente, o que faltava para o Brasil se tornar uma nação verdadeiramente independente. E o que a gente assistiu nesse processo é essa comunidade se inteirando do assunto, do debate proposto pelo enredo, e justamente fazendo esse enredo o momento, um verdadeiro grito, o seu brado das contradições que constituem esse país”, completou o carnavalesco André Rodrigues em entrevista.

O desfile da Beija-FLor, o penúltimo a entrar no sambódromo, aconteceu na madrugada desta terça e contou com a presença de Ludmilla ao lado do Neguinho da Beija-Flor, intérprete oficial da escola desde 1976, no carro de som. Além da independência da Bahia, a vice-campeã do Carnaval do Rio no ano passado trouxe temas adjuntos como feminismo, luta contra a homofobia, contra o racismo e pela demarcação das terras indígenas.

Sobre “Re-Utopya” do artista goiano Hal Wildson

O artista goiano Hal Wildson conta que o conceito surgiu na primavera de 2021, após um longo dia na aldeia Rio Silveira, localizada na cidade de São Sebastião – SP, região onde o artista residia, Hal sonha com a palavra “Re-Utopya”, com base nas filosofias que aprendeu ali: “Teko-porã” e “Ubuntu”. A palavra escrita com dendê e urucum substituia o slogan positivista “Ordem e Progresso”. Do sonho nasce a sua pesquisa artística “Re-Utopya para Pindorama: Teko porã e Ubuntu”. Conheça o trabalho dele no Instagram.


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