Após o assassinato do candidato à presidente no Equador Fernando Villavicencio, de 59 anos, o presidente do país, Guillermo Lasso, decretou estado de emergência durante 60 dias. A morte do candidato presidencial, à saída de um evento da campanha eleitoral, nessa quarta-feira (9), chocou o país sul-americano. O atentado ocorreu após um comício realizado por Villavicencio em um coliseu de uma zona central e movimentada da capital.
Na ocasião, em que cerca de 30 tiros foram disparados, além de alguns atingirem o candidato à presidente do Equador, há o registo de mais nove feridos. De acordo com as autoridades, o suspeito do ataque também morreu e, entre os feridos, estão uma candidata a deputada e dois agentes policiais, informou o Ministério Público.
Ainda sobre as eleições, que acontecem daqui há 10 dias, em 20 de agosto, o evento deve continuar. Além de Villavicencio, são candidatos às eleições presidenciais o ambientalista Yaku Pérez, a antiga deputada Luisa González, o especialista em segurança Jan Topic, o ex-vice-presidente Otto Sonnenholzner, o político Daniel Hervas, o empresário Daniel Noboa e o independente Bolívar Armijos.
Fernando Villavicencio era um forte crítico da corrupção e do crime organizado. Como jornalista, denunciou o ex-presidente Rafael Correa (2007-2017). Ele estava com 7,5% de apoio nas pesquisas, o que o colocava em quinto lugar entre oito candidatos. Dias antes de ser assassinado, ele disse na televisão pública que havia recebido várias ameaças de morte, procedentes provavelmente do líder do gang Choneros, também conhecido por Fito, que o mandava parar de mencionar o seu nome.
O partido de Villavicencio, Movimiento Construye, havia informado, na quarta-feira, que tinham sido realizadas recentemente discussões sobre a suspensão da campanha devido à violência política, incluindo o assassinato em julho do presidente da Câmara de Manta. Villavicencio foi contra essa suspensão, alegando que se tratava de ato de covardia.