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O jogo de cena das CPIs

 

A Operação Miquéias tornou-se um dos principais assuntos das redes sociais goianas, tomou conta das rodas de bate-papo e tem sido constantemente debatida por formadores de opinião. Prato cheio para os governistas goianos. O deputado estadual e presidente regional do PMDB, Samuel Belchior, é apontado como suposto lobista da quadrilha que desviava recursos dos fundos de pensão de prefeituras. O parlamentar nega o suposto envolvimento, pede que adversários e aliados leiam o inquérito policial e rebate a acusação afirmando que há nomes de políticos governistas na Operação, inclusive prefeitos da base Marconista.

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Por outro lado, os adversários foram implacáveis, Túlio Isac, deputado pelo PSDB, não perdeu tempo e tratou logo de sapatear, ironizar, falar, falar e falar. Compreensível. Trabalhou e conseguiu 21 assinaturas (inclusive a do próprio Samuel) para instauração de uma Comissão Parlamentar de Inquérito, CPI, para investigar a conduta de Belchior. Jogo de cena. Não passa disso. Por quê? Vamos lá.

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Os mesmos que atacam hoje se calaram diante da Operação Monte Carlo e do escândalo Cachoeira que teve o nome do governador Marconi Perillo envolvido, não só ele, mas o governo de Goiás e outros parlamentares da base. Na época, a claque foi às redes defender Marconi, diminuíram o trabalho da Polícia Federal e acusaram a imprensa de sensacionalismo. Do outro lado? Ah sim, estavam os opositores goianos, “deitando e rolando”, valorizando o trabalho da PF, apontando o dedo, falando e falando, exigindo punição e até o impeachment do governador. Atualmente? Atualmente os opositores se calam, não estão nas redes sociais, acusam a imprensa de sensacionalismo e desvalorizam o trabalho da Polícia que até 2012 era irretocável. Irônico, não? Até os argumentos de defesa são os mesmos.

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Ano que vem é ano eleitoral e a maioria vai disputar o voto de cada goiano, é bom que o eleitor fique atento e não deixe fatos como esses caírem no esquecimento. O que podemos aprender com as Operações da Polícia Federal? Que os nobres parlamentares não estão preocupados com desvio de recursos, corrupção ou dano causado ao povo, o que preocupa são os prejuízos políticos que podem comprometer uma eleição. Corrupção não tem partido e não assina ficha de filiação. Para governo e oposição? Nada como uma operação após a outra, ou, um dia após o outro.

 

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Josiane Coutinho: