O modelo de incentivo ao estudo adotado pelo secretário Thiago Peixoto (PSD) com o aval do governador do Estado Marconi Perillo (PSDB) tem recebido crítica certeira, por ter como base o que muitos denominam como “barganha financeira”. Incentiva que o aluno vá à escola e os pais acompanhem o estudo com premiações. Tudo por dinheiro!
Pois este modelo está, digamos, aperfeiçoado, com uma ‘gincana’ inventada durante as solenidades de entregas dos Kits escolares.
Inspirados nos programas de auditório de Silvio Santos, Thiago e Marconi agora distribuem dinheiro para os alunos que gritam mais alto na plateia de seus espetáculos. Um verdadeiro pão e circo.
Quanto maior o grito, maiores as chances de vitória. Ensaio para a campanha eleitoral?
A diferença é que neste caso, o grito vencedor leva R$ 100 mil declarados e, segundo a assessoria do governo, previstos na Lei Orçamentária.
Isso mesmo. São R$ 100 mil para a torcida mais “efusiva”, como a equipe de comunicação de Marconi Perillo denominou.
É… Eles tiveram coragem de divulgar.
Veja o que foi noticiado no site do governador:
“Em momento de descontração com os estudantes e no intuito de incentivar o bom comportamento e a dedicação ao ensino, Marconi fez um desafio ao público: o time de alunos que se manifestasse de forma mais efusiva, como forma de exaltação da escola em que estuda, receberia das mãos do secretário Thiago Peixoto um cheque no valor de R$ 100 mil para instituição.
A competição foi acirrada, e o júri, composto por Thiago, pelo secretário-chefe da Casa Civil, Vilmar Rocha, o vice-governador José Eliton e alguns educadores ficou responsável por apontar quem venceu a disputa e repassar o nome para o governador.”
Bem… Com R$ 8 bilhões em caixa, é possível, sim, brincar de roda da fortuna. E brincar com o segmento educacional, diga-se de passagem, que define o futuro e a permanência de determinados nomes do poder.
Brincando e sorrindo e vencendo eleição…
Vale ressaltar: os kits distribuídos nas escolas contêm mochilas, cadernos, agendas, canetas lápis e um conjunto para desenho.
E o computador para cada aluno? Com R$ 100 mil, quantos computadores poderiam ser adquiridos? Esse valor compra um milhão de amigos?
Fica a critério do eleitor julgar a moralidade de cada um. E ao Ministério Público cabe a avaliação sobre a legalidade.
Dar R$ 100 mil de dinheiro do povo para quem gritar mais é legal?
E a escola que gritou menos, como fica?
Talvez seja o caso de dizer: Educação em Goiás se resolve no grito!