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Novos diálogos foram divulgados nesta segunda-feira (29/07) pela Folha de S. Paulo, em parceria com o site The Intercept Brasil. As mensagens apontam que, as provas apresentadas pelo ex-ministro Antonio Palocci chegaram a ser questionadas pelo, na época, juiz federal Sergio Moro antes dele divulgar trechos da colaboração premiada firmada entre o ex-petista e a Polícia Federal.
Após a tentativa de acordo com a Procuradoria-Geral da República e a força-tarefa da Lava-Jato, Palocci fechou a colaboração premiada com a Polícia Federal em março de 2018.
As conversas publicadas pelo jornal sugerem que, apesar de Moro achar fracas as provas demonstradas por Palocci, o ex-juiz via sua colaboração como relevante por representar uma quebra dos vínculos que uniam os petistas.
Em um dos trechos das conversas com os investigadores, o procurador Paulo Roberto Galvão disse a seus colegas que Moro achava a prova fraca, mas importante por quebrar esse vínculo, espécie de “lei do silêncio”.
As conversas ainda revelam que Moro era tratado pelo apelido, Russo, os petistas chamados de Omertà, que é o código de honra dos mafiosos italianos. “Russo comentou que embora seja difícil provar ele é o único que quebrou a omerta petista”, teria afirmado Galvão.
O diálogo indica ainda que Moro teria deixado de lado sua insegurança sobre as provas ao tornar a delação pública no dia 25 de setembro de 2018, mesmo dia do comentário reproduzido por Galvão no Telegram e uma semana antes do primeiro turno das eleições presidenciais. (As informações são do jornal O Globo).
Os procuradores expressaram descrença quanto ao material apresentado por Palloci, veja um dos trechos divulgados: “Não só é difícil provar, como é impossível extrair algo da delação dele”, teria dito a procuradora Laura Tessler. Outro procurador completa: “O melhor é que [Palocci] fala até daquilo que ele acha que pode ser que talvez seja”, Antônio Carlos Welter, também procurador .
A reportagem aponta também que, por meio das mensagens trocadas entre os procuradores, não levavam tanta fé nos depoimentos dados por Palocci e decidiram encerrar as negociações por não verem novidades. Além de estar cogitando a anulação do acordo feito entre Palocci e a PF.
A assessoria de Moro disse que, o Ministério da Justiça e Segurança Pública não comenta supostas mensagens de terceiros, ” obtidas por meios criminosos, nas quais, em tese, haveria referência à suposta afirmação efetuada pelo então juiz”.
Já a força-tarefa disse que não reconhece as mensagens que têm sido atribuídas a seus integrantes nas últimas semanas e que “o material é oriundo de crime cibernético e não pode ter seu contexto e veracidade confirmados”.
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