22 de novembro de 2024
Destaque 2

Novo presidente da CMTC assume procurando encontrar soluções e tecnologias para crise no transporte coletivo

Domingos Sávio assume comando da CMTC (Foto: Assessoria de Imprensa/CMTC)
Domingos Sávio assume comando da CMTC (Foto: Assessoria de Imprensa/CMTC)

À frente da Companhia Metropolitana de Transportes Coletivos (CMTC) desde a última sexta-feira (09/04), o potiguar Domingos Sávio conhece bem a pasta que está conduzindo. Afinal de contas, está no órgão desde o ano de 2003. Mas dois anos antes, já estava envolvido nas discussões do transporte público. É um assunto que domina bem, mas ao mesmo tempo terá de gerir crises que caminham com o setor desde o período pré-pandemia. “A discussão [da crise] é no âmbito nacional”, frisa em entrevista concedida nesta segunda-feira (12/04) à Rádio Bandeirantes Goiânia.

Sávio destaca que o transporte passa por momentos dinâmicos e à crise provocada pelo novo coronavírus exige criatividade nas soluções. “Atualmente, nós estamos com pandemia, temos a responsabilidade de fazer uma operação que cause menos impacto possível de aglomeração e isso daí, o dia-a-dia, nós vamos planejando o transporte exatamente em função dessa dinamicidade, você projeta e altera linhas. Altera os pontos de embarque e desembarque. Agora, nós temos uma nova bilhetagem eletrônica que permite você fazer e implantar algumas ações que antes nós não poderiamos fazer como por exemplo: o horário prioritário de embarque. Então, o transporte em função desse dia-a-dia, vamos dando prioridades aos problemas”, pondera.

O novo presidente destaca que é necessário a participação de todos os entes nas soluções do transporte publico, inclusive, dos prefeitos da Região Metropolitana e do poder público. “Para ter uma robustez mais técnica e fiscalizatória. Isso daí a gente vai com o apoio dos governantes, tanto da prefeitura de Goiânia como do Governo do Estado, das demais prefeituras da região metropolitana. Temos de fazer com que os governantes se envolvam na discussão do transporte coletivo”, destaca.

“É inconcebível que o passageiro banque tudo”, sobre financiamento tarifário

Para Sávio, é importante que a discussão de novas formas de financiamento tarifário sejam feitas. Ele considera que é “inconcebível” que apenas o passageiro banque tudo. No modelo atual, o usuário é quem financia todo o custeio operacional o que inviabiliza novos investimentos em torno da pauta.  “É inconcebível que o passageiro ele banque tudo. Hoje a tarifa de 4,30 é bancada totalmente pelo usuário. Isso já chegou a um limite. Essa discussão nacional, o ano passado, houve inclusive, um projeto de socorro do Governo Federal ao sistema de transporte. Infelizmente, foi vetado pelo presidente da República e o veto não foi derrubado. Nós estamos participando nacionalmente dessa discussão e com certeza ela vai voltar à tona. Não tem mais condições”, destaca.

Ele reforça que este é um problema de várias regiões brasileiras e não exclusivo da captal goianiense. “O transporte coletivo no Brasil, não apenas em Goiânia, essa discussão é no âmbito nacional. O transporte coletivo carece de melhorias na operação, carece de melhorias para a população usuária, porém isso tem um custo e esse custo para o usuário chegou ao limite. O usuário não tem capacidade para bancar a tarifa tanto em Goiânia, como Salvador, como em Porto Alegre.”

Novas tecnologias à serviço do usuário e das empresas

Questionado se múltiplas tarifas poderiam ser implantadas na Região Metropolitana, Sávio ressalta que nada poderá ser descartado e que é um assunto que pode ser colocado em pauta. “Assumimos na semana passada, vamos chamar todos os entes envolvidos na operação e planejamento de transportes e fazer todas as discussões. Nada está descartado. Todos os entes envolvidos tem que participar disso aí, cada um cedendo uma parte, em benefício do usuário”, destacou.

A nova tecnologia de bilhetagem disponibilizada pelo Consórcio de Empresas da Região Metropolitana permite o custeio múltiplo de tarifas, o que viabiliza preços promocionais ou dinâmicos, de acordo com trechos e horários. “Hoje várias tecnologias vão surgindo. É a tecnologia e a modernidade. Temos que nos vacinarmos para enfrentarmos essas tecnologias”, concluiu.

20 anos de transporte

Quando o prefeito Rogério Cruz (Republicanos) nomeou Sávio, escolheu alguém que tem experiência e know-how dos problemas no transporte coletivo. “Eu fui inserido nas discussões sobre mobilidade no ano de 2000 quando participei da então pesquisa “origem / destino” e também quando foi, em 2001, criado o Getrans, que foi o Grupo de Gestão de Transporte que foi um órgão que fez a transição entre a Transurb até a criação da CMTC no ano de 2003. De lá pra cá eu participei da CMTC diversas vezes como chefe de gabinete, diretor administrativo financeiro, diretor técnico. E agora o prefeito Rogério Cruz fez o convite para a assumir a presidência da CMTC”, se apresentou.


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