Após lançar sua pré-candidatura à prefeitura do município de Novo Gama, entorno do Distrito Federal, a deputada estadual Sônia Chaves foi acionada por improbidade administrativa cometida durante sua atuação como prefeita da cidade goiana. O processo foi movido pelo Ministério Público e protocolado em abril deste ano no Tribunal de Justiça do Estado de Goiás. Caso condenada, a tucana que aspira retomar o Executivo municipal, poderá tornar-se inelegível pelos próximos oito anos.
O embate interno a deputada já ganhou, resta o judicial. Nos bastidores da política, conversas dão conta que Sônia teria rompido com o atual prefeito de Novo Gama, João de Assis Pacífico, o Doka, também do PSDB. O desgaste teria sido provocado por iniciativa da deputada que ameaçou, por diversas vezes, lançar a candidatura do marido, Marinaldo Almeida, atual secretário de Obras da cidade, à prefeitura, impedindo a reeleição de Doka.
O cenário tornou-se favorável à Sônia após divulgação de pesquisas locais que revelaram a reprovação popular à administração de João de Assis. “A orientação do partido é clara, não entraremos para perder”, diz o presidente estadual do PSDB, Paulo de Jesus. Sendo assim, restou ao prefeito lançar mão de sua candidatura à reeleição e entregar os pontos para deputada estadual. Com espaço, nem marido, nem companheiros de partido, Sônia Chaves se apresentou como “representante dos moradores do Novo Gama e pré-candidata oficial”.
Há mais de uma década a frente da prefeitura do Novo Gama, o desgaste vivenciado dentro do próprio PSDB pode refletir nas urnas. A tradição tucana na cidade é ameaçada pelo partido, que não consegue manter unidade. Doka tem distribuído manifestações de descontentamento com a deputada e chegou esboçar sorrisos enquanto falava sobre o processo que pode tornar a deputada inelegível.
Dividido, o PSDB pode fortalecer a oposição, que chega representada por Alberto Arapiraca, do PT. A indicação conta com apoio de ampla base e uma articulação prévia de Agnelo Queiroz, governador que agora se dedica às questões da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito, à qual foi convocado. Uniram-se ao projeto petista o PMDB, PP, PDT, PCdoB, PSC e PPS.
A vida não está fácil para os tucanos no entrono da Capital Federal. Em Cristalina a direção do PSDB trabalha para lançar candidatura própria, mas o presidente do diretório local, João Fachinello, se aliou ao prefeito Luiz Carlos Attié (PSD) e pretende apoiar sua reeleição
Nos outros municípios algumas candidaturas foram definidas. Em Cidade Ocidental será a ex-prefeita Sônia Melo (PSDB); em Luziânia, o vice-prefeito Eliseu Melo (PSDB); em Planaltina, o ex-prefeito Dirceu Araújo (PSDB); em Valparaíso, a prefeita Lêda Borges vai disputar a reeleição e, em Alexânia, a prefeita Cida do Gelo vai enfrentar as urnas novamente pelo partido.