Segundo reportagem divulgada pela Folha de São Paulo, as mensagens privadas que foram trocadas entre os procuradores que faziam parte da Operação Lava Jato, aponta que o, na época juiz federal, Sérgio Moro interferiu nas negociações de delações correspondentes a dois executivos da construtora Camargo Corrêa.
Ainda de acordo com a publicação, as conversas revelam que o juiz avisou os procuradores de que só homologaria as delações, caso a pena aos investigados incluísse pelo menos um ano de prisão em regime fechado. (As informações são da Folha de São Paulo).
Desde 2013 a Lei das Organizações Criminosas, define que para que sejam realizados os acordos de delação premiada, os juízes tem de estar distantes das negociações. Assim, a obrigação seria apenas de verificar a legalidade desses acordos, com isso garantindo a imparcialidade.
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Com as mensagens divulgadas, segundo a Folha de São Paulo, Moro não respeitou esses limites e ainda impôs condições para acatar as delações. Ainda na reportagem, os diálogos teriam causado incômodo entre os membros da força-tarefa, em Curitiba.
Mas, mesmo com as supostas negociações as condições de Moro não foram aceitas e os acordos foram assinados dois dias após as negociações. Com isso, os executivos da Camargo Corrêa , Dalton Avancini e Eduardo Leite, que estavam presos há quatro meses como medida preventiva, saíram usando tornozeleiras com a possibilidade de ficar mais um ano em casa. (Com informações da Folha de São Paulo).
Com o acordo, foi a primeira vez que executivos de uma das maiores construtoras do Brasil admitiram a prática de corrupção. Assim, meses depois foi a vez da Odebrecht e da Andrade Gutierrez que colaboraram com as investigações a partir de 2016.
Na reportagem da Folha de São Paulo, as mensagens analisadas por ela e também pelo site The Intercept Brasil, mostram que com o passar do tempo as “interferências ” de Moro ficaram comuns aos olhos dos procuradores.
Por outro lado, o atual ministro da Justiça, Sergio Moro, afirma de acordo com a Folha de São Paulo, que não participou das negociações e de nenhum acordo na época. Já a força-tarefa da Lava Jato em Curitiba afirmou a Folha que não irá se manifestar , mas que não reconhece a veracidade do material divulgado. (As informações são da Folha de São Paulo).
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