Após se encontrar com Donald Trump nos Estados Unidos, Bolsonaro está em solo chileno em visita oficial ao país. No Chile, a visita tem dividido a população. Não só porque o presidente do Brasil já havia falado elogiosamente do ditador chileno Augusto Pinochet como também pela fama que carrega internacionalmente de ser “homofóbico, racista e misógino”. Mas o que chama atenção em toda essa visita é a capacidade de Bolsonaro realizar o que poderia ser visto como um milagre: reunir duas torcidas organizadas do país em uma das principais ruas de Santiago para protestar a visita do presidente.
A Universidad Católica e o Colo-Colo protagonizam um dos principais clássicos futebolísticos no país. Não é exagero comparar a áurea dos jogos aos tradicionais Flamengo e Fluminense, Corinthians e Palmeiras ou mesmo Goiás e Vila. Por lá, a visita de Bolsonaro uniu as torcidas rivais: a presença do chefe de estado brasileiro incomodou. “Jair Bolsonaro, no eres bienvenido”, dizia o convite da La U. A convocação do Colo trazia a mensagem que recepecionava o presidente: “En repudio a Bolsonaro”.
Seria no mínimo estranho ver torcidas rivais num mesmo local de mãos dadas e entoando um mesmo coro. As torcidas organizadas no Brasil podem muito aprender com o movimento, mas já dão passos para isso. Em Goiânia, os movimentos Movimento Esmeraldino Antifascista e Vila Metal Antifa, tem deixado a rivalidade de lado e compartilhado mensagens pró-democracia em um mundo em que o conceito de democracia está cada vez mais distorcido.
No entanto, uma coisa é certa: independente do seu posicionamento político, goste você ou não do Chefe de Estado do Brasil, ele é realmente um mito: conseguir unir as duas principais torcidas de um país para propagar uma única mensagem em um contexto pacífico, não é para qualquer um. Palmas para o presidente!