Em um momento em que a vacinação avança no Brasil, algumas dúvidas sobre a eficácia dos imunizantes podem surgir. Seja como for, epidemiologistas, infectologistas e autoridades sanitárias são unânimes em um único caminho: a melhor vacina é aquela aplicada no braço. “Nesse momento faz diferença vacinar. Não importa qual vacina”, destaca o médico infectologista Marcelo Daher nesta terça-feira (05/05) à Rádio Bandeirantes Goiânia.
O médico explica que não há nenhum estudo comparativo entre as vacinas neste momento. Ao contrário, os recentes levantamentos mostram que todas os imunizantes disponíveis no mercado e regulamentados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) são importantes na imunização. “As vacinas foram pesquisadas e desenvolvidas para diminuir a gravidade da doença. Vários trabalhos com as diversas vacinas, inclusive com a CoronaVac, tem um trabalho no Chile recente, mostrando realmente a diminuição de transmissão assim como a vacina Pfizer mostrou diminuição de transmissão. A vacina da AstraZeneca tem se mostrado eficaz. Então, importante é vacinar, não importa qual a vacina”, pontuou.
Ele explica sobre as diferenciações de uma vacina para outra. “São plataformas bem diferentes. Temos a Coronavac que é teoricamente simples. É um vírus inativado que é o vírus inteiro inativado. É a tecnologia e plataforma mais antiga bem conhecida. Temos a tecnologia da Astrazeneca que é moderna. Eu uso um vírus que ele leva o DNA do Coronavírus da proteína spike para dentro da célula, a formula de apresentação é através de um cavalo de tróia. E eu tenho a vacina da Pfizer que utiliza o RNA mensageiro, que é uma tecnologia nova mais moderna, que eu pego o RNA mensageiro que é o que produz a partícula spike, eu envolvo essa partícula em uma proteína lipídica, que é uma proteína de gordura e introduzi na célula, então, tecnicamente falando, é uma vacina mais moderna”, mencionou.
Marcelo pontua que a complexibilidade da manutenção de refrigeração em torno da vacina da Pfizer se torna um dificultador para sua consequente aplicação. “ É muito mais fácil uma vacina que se conserve entre 2 e 8 graus que é o que a gente tem de todas as vacinas. A gente já teria uma estrutura montada no Brasil todo para vacinas com essa conservação. A conservação a menos 70º, não é a menos 20º, é algo que a gente chama de um super freezer. Além deles serem muito caros, gastam muita energia e a manutenção é muito difícil. Países como o Brasil que a energia não se mantém constante, também é um problema. Esta é a grande dificuldade desta vacina”, ponderou.