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Categorias: Cidades
| Em 12 anos atrás

Na Tribuna do Planalto: Paulo de Tarso anuncia volta das flores.

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Em entrevista a equipe da Tribuna do Planalto o presidente da COMURG, Paulo de Tarso, afirma que a coleta irregular do lixo foi superada “com intervenções fortes”. Ele anuncia volta das flores

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“Temos a cidade nas mãos”, afirma Paulo de Tarso
Sara Cassiano, Diene Batista e Deusmar Barreto ( Tribuna do Planalto)

O final do ano passado foi marcado por reclamações de moradores da Capital, por causa do lixo e entulho acumulados, além de manifestações de trabalhadores da Companhia de Urbanização de Goiânia (Comurg). Ao assumir a presidência em janeiro deste ano, Paulo de Tarso prometeu restabelecer os serviços em 30 dias, após um afrouxamento no final do ano, o que ocasionou diminuição no ritmo de trabalho. Porém, afirma que hoje tem “a cidade nas mãos”, e que as intervenções a serem realizadas no final de abril e começo de maio vão trazer de volta as flores com fortes intervenções em paisagismo. Sobre as denúncias da Superintendência Regional do Ministério do Trabalho e Emprego em Goiás (SRTE/GO) quanto à coleta do lixo hospitalar, Tarso explica que as determinações serão atendidas, mas que, por lei, o serviço não é de responsabilidade da Prefeitura e, sim, das instituições geradoras. Paulo de Tarso visitou a Tribuna do Planalto na terça-feira (12), onde concedeu a entrevista que se segue.

Tribuna do Planalto – O senhor assumiu a presidência da Comurg em janeiro com problemas nas coletas de lixo. Qual era a situação?
Paulo de Tarso – Na verdade, eu não vou falar que essa situação é uma herança porque isso é um erro. O certo é que houve um afrouxamento dos serviços no final do ano, em especial pelas possibilidades de mudança de diretoria, o que ocasionou, a meu ver, uma insegurança em todos os setores, com a diminuição no ritmo de trabalho, que gerou pontualmente problemas, em especial dos resíduos de construção. Se observarmos o tipo de lixo que estava acumulado na cidade, principalmente nas regiões mais afastadas do centro, dava para perceber que era resto de pequenas obras, reformas, móveis ou eletrodomésticos que foram descartados. Então, esse passivo gerou toda a necessidade de uma intervenção mais forte no início do ano. Com relação à coleta seletiva, foi o mesmo problema. Houve um abandono do serviço e à medida que a população separava o lixo, colocava na porta e o caminhão não passava, nós perdemos a credibilidade e as cooperativas ficaram sem material de trabalho.

Os servições já foram restabelecidos?
Na ansiedade de resolver a situação e mesmo antes de conhecer a real estrutura que tínhamos para regularizar a coleta, eu errei ao determinar 30 dias, prazo que precisou ser estendido um pouco mais. Eu assumi no dia 4 de janeiro e não paramos mais. Estamos trabalhando muito, com intervenções fortes em várias partes da cidade e com isso acredito que hoje podemos dizer que já estamos devolvendo a Goiânia a tranquilidade de poder falar que é uma cidade onde os goianienses têm a questão da limpeza como referência. E nós não vamos ter a cidade 24 horas 100% limpa o tempo todo. Isso é humanamente impossível. Dentre essas ações, também decidimos que é preciso dialogar mais com a sociedade, por isso lançamos a campanha “Eu amo Goiânia, Eu Cuido do Lixo”, porque não basta só fazer a tarefa, é preciso parceria da população. E já estamos percebendo resultados da campanha, porque as pessoas estão ligando para o Cata-Treco, que é o serviço de coleta de entulhos. Enfim, estamos retomando uma normalidade que já existia. E a Comurg é isso, ela não para.

Hoje o trabalho é realizado com máquinas e equipamentos da prefeitura ou há terceirização?
Na verdade, é terceirizado. O grande problema foi com rompimento do contrato com a Delta, empresa que prestava esse serviço à Comurg. Então, hoje, nós temos caminhões trabalhando da frota própria, mas foi preciso também solucionar a questão dos caminhões coletores de lixo, por meio de termos emergenciais, para ter esses caminhões trabalhando. Foi realizada uma licitação o ano passado e estamos em processo de negociação com a fábrica para que, num prazo de 90 a 120 dias, sejam entregues 70 novos caminhões, que vão somar à frota para intensificar os trabalhos.

Essa frota é autossuficiente?
Sim, hoje com uma frota de 49 caminhões percorremos todo o circuito da coleta de lixo em Goiânia. Agora, o maior problema é a vida útil de cada um desses veículos. Estamos desenvolvendo com as diretorias um plano de incentivo aos trabalhadores, com premiação, que pode vir de comerciantes, fornecedores ou entidades representativas da cidade, para quem tiver menos perda de equipamentos e fizer uma coleta melhor, por exemplo.

Essa é uma tentativa de se aproximar mais dos servidores da Comurg, depois de manifestações e greves?
Eu venho de uma escola, o Partido dos Trabalhadores, em que as manifestações são legítimas e devemos estar prontos para recebê-las. Se existe algum problema, precisamos ouvir para entendermos o porquê do movimento. Também não é admissível desrespeito com nenhum dos trabalhadores, e é verdade que recebemos críticas, sim, de maus tratos, pressão com trabalhadores em termos de relacionamentos, mas o nosso entendimento é de que isso não pode existir e que a companhia tem de cumprir com a sua parte de dar o que os trabalhadores têm direito. Em contrapartida, eles têm de fazer a sua parte, exercendo as suas funções com qualidade. Para isso, a Comurg está buscando novas formas, a exemplo do Programa Servidor Cidadão, lançado no Dia da Mulher (8 de março). O programa tem o objetivo de oportunizar ao trabalhador uma formação profissional, nas áreas de informática, programas de renda, artesanato, por exemplo, para que possam ser qualificados ao mercado de trabalho, a fim de que tenham renda extra ou mesmo caso se desliguem da companhia. Vamos criar ainda equipes da Comurg para participar de eventos esportivos. Outra iniciativa é uma parceria com as universidades PUC-GO e Federal para realização, em um primeiro momento, de palestras de formação de educação ambiental para que os servidores da Comurg se conscientizem da importância do trabalho que desenvolvem. Em seguida, realizaremos cursos de jardinagem. Então, se houve problemas, agora, a decisão é de diálogo. Não queremos só a força de trabalho dos nossos servidores. Queremos respeitá-los como pessoa humana.

A Política Nacional de Resíduos Sólidos passa a valer em 2014. Goiânia está pronta para o cumprimento das determinações?
Eu acho que houve um cochilo aí. A meu ver, tínhamos de ter terminado esses projetos em relação aos resíduos sólidos o ano passado, o que ainda não aconteceu. Tive a felicidade de conversar logo que assumi com a ex-presidente da Agência Municipal de Meio Ambiente (Amma), Maísa Margareth de Toledo, e ela me apresentou um estudo com as diretrizes para a elaboração do documento de gerenciamento dos resíduos sólidos da Capital. Houve um atraso, mas não vai nos comprometer em 2014. Até meados deste ano, esse plano vai ser concretizado.

Qual o tempo de vida útil do aterro de Goiânia?
Estamos desenvolvendo um estudo, porque, embora a Comurg faça o monitoramento do local, queremos avançar nas questões de engenharia, para termos, de fato, um aterro sanitário moderno. E diante do que for indicado pela consultoria, o prefeito Paulo Garcia já nos autorizou a implantarmos as adequações necessárias. Hoje o aterro de Goiânia não oferece nenhum problema, e só daqui a alguns anos é que podem surgir demandas. Estamos dialogando com municípios vizinhos para implantação de um aterro em manejo de consórcio, que, inclusive, tem o apoio do governo federal. O aterro de Goiânia, se devidamente monitorado da parte de engenharia e ambiental, tem ainda uns 10 anos de vida útil, tranquilamente.

Goiânia vive a drama da dengue. Isso se deve à coleta irregular de lixo?
É claro que o acúmulo do lixo traz maiores consequências para a proliferação do mosquito da dengue, isso não podemos negar. E a função da Comurg é manter a cidade limpa para que sejam minimizados todos os problemas ambientais e de saúde para o cidadão. Mas eu tive a oportunidade de tomar conhecimento de um estudo do secretário de Saúde de Goiás, dr. Antônio Faleiros, em que ele apresentava uma equação matemática, apontando que essa questão da dengue de tempos em tempos traz a epidemia, independente do que você faça. Isso até nos assusta. A dengue tem um ciclo de acomodação, de queda e de crescimento do Aedes aegypti. Agora, não podemos deixar de fazer a nossa parte. Assim, estamos esforçando primeiro para que a cidade retome o patamar que o goianiense se orgulha, que é de ter uma cidade limpa.

A coleta seletiva é suficiente para que a reciclagem do lixo ocorra?
Hoje a coleta seletiva está em toda a cidade e ela tem o seu circuito percorrido em 114 bairros e percorrendo 28 rotas por dia. Eu cobro muito da diretoria que esse é o programa que devemos dar mais atenção, e é a preocupação maior, porque quanto ao lixo urbano nós não temos problema. A coleta seletiva de Goiânia tem de ser referência nacional. Aqui nós iniciamos em um projeto pequeno, que era para atender determinada quantidade de bairros, com seis cooperativas e depois se universalizou em toda a cidade e hoje são 15 cooperativas, que vivem dessa coleta seletiva. Hoje, para chegar ao patamar que queremos, será preciso intensificar as ações, do ponto de vista do pessoal que orienta a população de como deve ser feita a separação do lixo seco do molhado. Temos um grupo de profissionais que trabalham nos órgãos da prefeitura, juntamente com as secretarias de Educação e Saúde, promovendo cursos de Educação Ambiental. Além disso, dispomos de toda uma logística, que é preparada para passar nos bairros recolhendo o lixo que é separado adequadamente dentro das residências. Então, com a comunicação que está sendo feita com a sociedade, estamos retomando uma posição que já havíamos alcançado na coleta seletiva. Mas para assegurarmos a universalização na Capital de maneira adequada, precisamos de um pouco mais de tempo e investimentos em equipamentos.

O material recolhido pela Comurg na coleta seletiva atende as cooperativas?
Hoje o trabalho está satisfatório. Estamos abastecendo as cooperativas e a população vem acompanhando o trabalho, cobrando à medida que existem falhas na coleta. Porém, precisamos lembrar que a Comurg não recebe todo o material que pode ser reciclado. Ela compete com o catador de rua, com empresas que fazem a compra do lixo que pode ser reciclado dos grandes geradores. Isso também reduz muito a capacidade de material que é levado às cooperativas. E os grandes geradores de lixo reciclável podem cooperar entregando esse material à Comurg, para que a coleta seletiva seja forte e que tenha condições de se manter em todos os bairros. Com uma quantidade maior de material, podemos ajudar muito mais as cooperativas, fortalecendo o porquê da existência de todas elas. Outra dificuldade que ainda existe é que uma grande parcela da população não contribui para a coleta seletiva, não faz o dever de casa de separar o lixo seco do molhado, apesar de saber da importância do projeto. E isso acontece em todos os setores.

Como é tratado o lixo hospitalar?
Não é função da Comurg coletar o lixo hospitalar. A responsabilidade é dos geradores, inclusive da destinação final. Mas não só em Goiânia como em outras cidades, o setor público, percebendo a dificuldade desses geradores de fazerem a coleta, assumiu também esse serviço. Esta é uma situação preocupante. A Superintendência Regional do Ministério do Trabalho e Emprego, inclusive, denunciou a coleta desse material de saúde de forma errada por um caminhão da Comurg. E esse acontecimento ocasionou uma reação e fiscalização intensa por parte do Ministério do Trabalho, da Comurg e dos geradores desses resíduos, que não são só os hospitais. Hoje na Capital, os que mais produzem esse lixo são as clínicas odontológicas, com 46%. Mas a Comurg está tomando todas as providências em relação aos equipamentos para atender as determinações, assegurando a saúde dos trabalhadores.

Qual a destinação desses resíduos?
Hoje uma empresa terceirizada pega esse material no aterro de Goiânia, leva para Brasília, onde é feita o processo de autoclavagem, no qual o material é submetido a altas temperaturas. Em seguida, esse material volta para Goiânia e é depositado no aterro. Hoje estamos com processo licitatório aberto para contratar empresa em Goiânia que possa fazer esse tratamento. Estamos, inclusive, buscando tecnologias mais avançadas, a exemplo do sistema de micro-ondas.

O senhor acredita que o processo de automação da coleta, que não necessita do trabalho humano, será o caminho natural?
Em todo momento surgem tecnologias de coleta e tratamento de lixo. As novidades são inúmeras. Vou com o prefeito Paulo Garcia ao Panamá para conhecer o trabalho realizado lá, para buscarmos tecnologias mais avançadas. Em muitos países esse trabalho é totalmente por automação em pontos de entrega, onde a população é que deposita nesses locais o seus resíduos. E essa é, de fato, a tendência, mas ainda é um sistema muito caro, o que inviabiliza, hoje, a sua instalação.

Quais as novidades estão previstas para Goiânia?
Para recuperarmos a credibilidade, temos de intensificar cada vez mais o trabalho, e uma das ações é de recuperar as flores de nossas praças. As intervenções vão chamar a atenção da população. A partir do mês de abril, faremos intervenções no paisagismo. Vamos aproveitar a Copa das Confederações, com a vinda da seleção brasileira a Goiânia, e devolver as flores nas praças. E para isso estamos investindo muito em assessorias técnicas profissionais em um viveiro. Essas mudanças não vão passar despercebidas pela população e as flores vão voltar. Não dá pra alcançar toda a cidade, porque Goiânia tem mais de 900 praças. Mas, no geral, em toda a cidade vamos ter o cuidado com as praças e flores. E por que isso? Porque Goiânia é referência do ponto de vista da sua beleza paisagística, do seu verde e da sua limpeza. O mundo vai estar aqui e queremos aproveitar o momento para vender as belezas da c

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