Depois de cinco meses, os turistas puderam voltar a Pirenópolis. A cidade reabriu atrativos e estabelecimentos de hospedagem na última sexta-feira (14) e, nos primeiros dias, a procura foi grande. Embora o público ainda seja aquém do que se encontra no período de normalidade, as ruas e atrativos ficaram cheios. Os hotéis e pousadas também tiveram boa demanda.
Segundo o presidente do Comitê Gestor de Crise, Carlos Alberto de Oliveira do Rego, “a cidade está bem cheia”, embora muitos estabelecimentos, sejam atrativos, gastronômicos ou de hospedaria, ainda não tenham aberto as portas. “Estão abrindo gradativamente. A gente acredita que a retomada será um pouco mais lenta, mas é até bom que isso aconteça para evitar aglomerações”, afirmou.
Rego cita que a maior parte do público que vai a Pirenópolis é de cidades próximas, com um perfil de bate-volta. Com isso, a procura por hospedagem fica abaixo do que se vê nas ruas e atrativos. “Quase 90% do pessoal que visita a cidade é de até 200km de distância. É gente que passa o dia e volta. O público é muito constante, mas é regional”, lembra.
Ainda não há dados concretos sobre taxa de ocupação das hospedarias da cidade, mas Rosângela Elias, dona de pousada e uma das diretoras do Trade Turístico, cita que a procura foi boa e dentro das expectativas. Ela conta que muitos estabelecimentos decidiram não reabrir ou ainda não obtiveram certificação da prefeitura, o que limitou a oferta. “Se tudo mundo estivesse funcionando normalmente, com certeza não haveria tantas pessoas na rua”, destaca. Em sua pousada, apesar da permissão para receber até 65% da capacidade máxima, ela resolveu ofertar apenas 35% neste início. Todas as vagas foram preenchidas.
Para a empresária, a boa procura era esperada, “porque as pessoas estão cansadas de ficar em casa e querem um lugar para descansar”. Ela, porém, espera uma queda nas próximas semanas, até que a situação se normalize, com o arrefecimento da epidemia. “A gente acredita que essa procura vai se normalizar quando começarmos a funcionar de uma forma geral. Como havia cinco meses que estávamos fechados, foi um boom. A gente espera que isso continue, mas acho que deve haver uma redução”, pondera.
Barreira sanitária e fiscalização
Com a reabertura, a barreira sanitária montada na entrada da cidade se desfez. Alguns moradores defendiam a continuidade, como mais uma forma de controle. Segundo o presidente do Comitê Gestor de Crise, “nenhuma barreira evita a entrada de doentes, pois há transmissão assintomática”. Rego ressalta que a verificação do cumprimento dos protocolos é agora a principal preocupação.
“Descolamos as equipes das barreiras para a vigilância dos protocolos nos estabelecimentos. Você não tem como evitar que uma pessoa doente entre. Medir temperatura não é suficiente para evitar a epidemia. O que é importante é seguir os protocolos, respeitar o uso de máscaras e o distanciamento. As barreiras agora são móveis dentro da cidade”, afirmou.
Em acordo com o Ministério Público, ficou definido que as polícias Militar e Civil, além do Corpo de Bombeiros vão auxiliar na fiscalização. A Postura vai atuar até 22h. A Vigilância Sanitária mantém equipes até 0h e, então, a PM assume. “Se alguém for pego cometendo desvio no protocolo, vai para a delegacia. Existe um plantão específico de 24 horas, e a Polícia Civil vai fazer um boletim de ocorrência”, disse o presidente do comitê.
Ainda não há um balanço do primeiro fim de semana, mas Rego relatou que algumas casas de aluguel foram multadas e fechadas. Elas estavam recebendo hóspedes sem certificação e sem protocolo. A multa pode chegar a R$ 10 mil.
Rosângela lembra que o protocolo seguido pelas pousadas autorizadas a funcionar tem quase 90 páginas e todos passaram por um rigoroso treinamento. Por isso, ela acredita que, caso haja uma elevação no nível de contaminação pelo coronavírus, “certamente não será pelo meio de hospedagem, uma vez que implementamos todo o protocolo e passamos por vistorias”.
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