Com a participação de Jair Bolsonaro no Fórum Econômico Mundial, na Suíça, o vice-presidente Hamilton Mourão assumirá na próxima semana, pela primeira vez no novo governo, o comando interino do Palácio do Planalto.
No período, o general quatro estrelas deve fazer uma viagem ao Rio de Janeiro, para um evento militar, e participar de jantar, na capital federal, promovido por empresários das áreas de infraestrutura e indústria.
Em conversas reservadas, Mourão tem dito que manterá atitude de discrição. Ele evitará despachar no gabinete do presidente, no terceiro andar do Palácio do Planalto, e não tratará de temas polêmicos, como a reforma previdenciária.
Os substitutos do presidente costumam adotar, durante viagens internacionais, postura reservada para evitar suspeitas de que tenham interesse no cargo. Mourão, por exemplo, continuará a usar o gabinete de vice-presidente.
“No exercício da interinidade, manterei as ordens em vigor recebidas do presidente, sem sobressaltos”, disse à reportagem o vice-presidente.
Um grupo de dirigentes do PRTB, partido de Mourão, tem articulado uma visita a ele no período da interinidade. Nos últimos dias, parlamentares da sigla têm usado o nome do general, sem a sua autorização, em articulações políticas, o que ele já pediu para ser interrompido.
Na manhã desta sexta-feira (18), Mourão se reuniu com Bolsonaro para que o presidente passasse orientações do seu período fora do país. A previsão é de que ele viaje no domingo (20) e só desembarque no país na sexta-feira (25).
Na conversa, Bolsonaro pediu ao vice-presidente que siga a agenda administrativa normal e dê prosseguimento ao fluxo de medidas da Casa Civil programadas para a próxima semana.
Desde o início do mês, medidas simples como a publicação de nomeações e exonerações no “Diário Oficial da União” foram prejudicadas pela demissão de funcionários de cargos comissionados anunciada pelo ministro Onyx Lorenzoni.
“Neste afastamento temporário, é importante que a rotina seja mantida, que seja mantida a tranquilidade no país”, disse Mourão. (GUSTAVO URIBE. BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS)
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