16 de março de 2025
VAGAS EM UTIS

MP e TCM são acionados sobre não uso de leitos de UTI em maternidade de Goiânia quando houve óbitos

As representações pedem instauração investigação de responsabilidade da Prefeitura pela não utilização dos leitos de UTI que estavam vagos
Representação pede apuração sobre vagas de UTI existentes que não foram usadas - Foto: arquivo / divulgação
Representação pede apuração sobre vagas de UTI existentes que não foram usadas - Foto: arquivo / divulgação

Uma representação ao Ministério Público de Goiás (MPGO) e ao Tribunal de Contas dos Municípios (TCMGO) contra o Município de Goiânia pede apuração sobre a não utilização dos leitos de Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) disponíveis no Hospital e Maternidade Municipal Célia Câmara. A unidade é uma das maternidades municipais administradas pela Fundação de Apoio ao Hospital das Clínicas da UFG – Fundahc/UFG.

A representação foi apresentada pelo deputado estadual Mauro Rubem (PT). Divulga o parlamentar que o hospital passou por reestruturação que modernizou e ampliou seus atendimentos de especialidades femininas com investimento de R$ 5 milhões na compra de equipamentos, mobiliários e reformas. Com isso, informa ele, a unidade ganhou 20 leitos de UTI adultos, 10 leitos de UTI Neonatal e novos exames.

Mesmo assim, esta semana o prefeito Sandro Mabel ampliou o número de leitos contratados, mas de outra unidade, a Santa Casa de Misericórdia de Goiânia.

Mulheres morreram aguardando leitos de UTI em maternidade

“Na semana passada, duas mulheres não resistiram e vieram a óbito enquanto aguardavam vagas em UTIs. Após mortes à espera de vagas, o prefeito de Goiânia, Sandro Mabel (UB), contratou dez leitos de UTI no Hospital Santa Casa de Misericórdia”, relata o deputado na representação.

O deputado afirma que deveria ser aberto o maior número de leitos de UTI. “O que não se pode fazer é esvaziar a Fundach porque acha que o valor cobrado pela gestora, previsto em contrato, é excessivo. Acredito que o prefeito quer romper o contrato, forçar a instituição, propor rescisão da avença mantida com a prefeitura, substituí-la até por uma organização social ‘afinada’ com ele”, acusou.

Ele fala dentro de um contexto em que, ao mesmo tempo que a prefeitura tem valores atrasados a repassar para a Fundação desde a gestão anterior, de Rogério Cruz, o município tem questionado o valor de alguns serviços. A divergência levou até mesmo à repactuação de valores, o que sinaliza para uma possível “gordura” que realmente existia e poderia ser cortada.

Por outro lado, o parlamentar defende que o Hospital Municipal da Mulher possui leitos disponíveis para o atendimento à população. 

“Independentemente de qual o motivo que fez o Município não realizar o encaminhamento das pessoas para o Hospital Municipal, nenhuma delas atende ao interesse público e nem a dignidade humana, uma vez que duas pessoas morreram por conta de “suposta” falta de UTI quando o hospital público possui leitos, equipe e se encontra preparada para atendimento da população”, destacou Mauro.

Instauração de investigação

 Na representação encaminhada ao MPGO (nº 202500143871) e ao TCM – demanda (nº 177097), o deputado estadual solicita instauração de procedimento de investigação para apurar a responsabilidade da administração municipal pela não utilização dos leitos de UTIs disponíveis; a adoção de medidas para garantir a correta gestão dos recursos de saúde pública, assegurando a oferta de leitos de UTIs para a população goianiense.

A SMS foi procurada neste sábado para um posicionamento, mas a assessoria ainda não respondeu às mensagens e quando isso ocorrer o assunto será retomado.


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