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O procurador-geral de justiça do Ministério Público do Estado de Goiás, Aylton Vecchi, afirmou nesta quarta-feira (17), que o órgão acompanha as manifestações que vêm acontecendo na capital goiana, contra as medidas restritivas adotadas para conter a disseminação da Covid-19 em Goiás.
Em entrevista à Rádio Bandeirantes, o procurador-geral de justiça alegou não se tratar apenas de protestos em prol do comércio, mas também da falta de responsabilidade por parte dos manifestantes que, além de bloquear uma rodovia de importante acesso, até mesmo para entrega de insumos para a saúde pública, na maioria das vezes não cumprem, ainda, as devidas medidas de proteção contra o coronavírus.
“Nós acompanhamos e vamos acompanhar esse processo. Como se trata de uma rodovia pode haver implicação até do Ministério Público Federal, mas nós estamos atentos e acompanhando todos os movimentos. A questão não é o direito de livre manifestação. Ali, por exemplo, há um processo de disseminação e transmissibilidade do próprio vírus. Pelas imagens que tivemos acessos, várias pessoas estavam usando máscaras parcialmente, que é aquele costume que infelizmente foi adotado por todos de simplesmente deixar o nariz de fora, numa medida que é o mesmo de não usar a máscara”, disse.
Aylton Vecchi afirmou que o distanciamento social também não tem sido cumprido durante as manifestações. “Vimos cenas de pessoas muito próximas, não respeitando o distanciamento social como o próprio decreto municipal diz”, ponderou. O procurador-geral de justiça destacou, ainda, a importância do tráfego na rodovia BR-153, que foi fechada pelos manifestantes na última segunda-feira (15).
“O direito de livre manifestação todo o mundo tem, mas fechar uma rodovia onde há transporte de oxigênio, no momento em que precisamos de oxigênio que já está faltando em várias localidades do Brasil. Hoje mesmo tive notícia de compartilhamento de balas de oxigênio por pacientes dada a falta de oxigênio em algumas localidades e de insumos. Quando fechamos uma rodovia, inviabilizamos que produtos essenciais cheguem até a localidade que ele será usado, inclusive para tratar essa doença tão grave e tão mal tem feito aos brasileiros”, ressaltou.
As manifestações são realizadas por integrantes da Frente Conservadora de Goiás, Direita Goiás e demais empresários de vários segmentos do comércio, que apoiam as decisões do presidente Jair Bolsonaro, com reivindicações de reabertura das atividades econômicas em Goiânia.