Na noite desta quinta-feira (25), o “Movimento Goiânia 100 Anos: O Futuro Começa Agora” inaugurou sua sede, a Rua 5, número 52, no Setor Central. O local escolhido trata-se de uma casa histórica, que agora será utilizada para consolidar o movimento que busca promover a reflexão e a troca de ideias para melhorias estruturais e sociais que a cidade necessita.
A iniciativa foi lançada em fevereiro deste ano e foi idealizada pelo Secretário Nacional de Finanças do PCdoB e pré-candidato do partido à Prefeitura de Goiânia, Fábio Tokarski. Segundo ele, o movimento se destaca por sua natureza suprapartidária. “Nós queremos com esse movimento impulsionar e elevar o nível do debate das questões da cidade. Não pode só ficar focado em quem apoia quem. Então, nós queremos mais projetos estruturantes”, afirmou o idealizador.
Fábio explica que muitos problemas estruturais não vão se resolver apenas em um mandato, e que é preciso planejar além. Esses problemas vão levar mais tempo e por isso essa ideia. Goiânia fará 100 anos, daqui a 10 anos, e nós temos que planejar desde já”, pontuou em entrevista a Altair Tavares. Um dos problemas destacados por Tokarski é a queda do PIB per capita da cidade. E segundo ele, para reverter a situação, o caminho é a nova industrialização.
A nova industrialização não é a indústria com chaminé, não é a indústria poluidora. A nova industrialização é a indústria com base na energia verde e renovável, sobretudo ancorada nas novas tecnologias, inclusive na inteligência artificial. Nós precisamos de aumentar a capacidade de produzir riqueza, pra bem distribuir essa riqueza.
Fábio Tokarski
O evento de inauguração da sede contou com a presença da pré-candidata a prefeita de Goiânia, Adriana Accorsi (PT), que em entrevista afirmou que o movimento é importante para a reflexão sobre a cidade que atravessa momentos de abandono e descaso. “Mais do que nunca sonhar, é importante. Seria um sonho retomar o desenvolvimento da cidade, combater a desigualdade com políticas públicas para as pessoas, sobretudo para as que mais precisam”, iniciou.
O desejo é retomar a oportunidade, geração de emprego e renda e completar os 100 anos com prosperidade, alegria e com muito acolhimento. Goiânia sempre foi uma cidade acolhedora, carinhosa e a gente não pode ter pessoas com familiares doentes dormindo no chão em postos de saúde, inclusive nessa noite temos pessoas nessas condições.
Adriana Accorsi
A Deputada e presidenta do Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Goiás (Sintego), Bia de Lima, também esteve presente e destacou que o movimento chegou em um momento oportuno. ” A partir desse projeto vão surgir muitas ideias bacanas sobre mobilidade, sobre a vida dos goianenses, sobre a questão ambiental, sobre a questão energética pra Goiânia e sobre como nós queremos a qualidade de vida para daqui a poucos anos, quando chegaremos aos 100 anos”, afirmou.
Nós precisamos verificar como garantir qualidade de vida, sem contudo, deixar de lado a questão do trabalho, do emprego, da renda, da mobilidade e todos os outros aspectos que se tem.
Bia de Lima
Segundo a deputada, a campanha de Adriana Accorsi está envolvida com a “Aqui estão as pessoas que pensam o futuro, na visão da reintegração, na visão da unidade, sem ranças, mas com amor e com vontade de fazer a diferença e de plantar o futuro a partir de agora, a partir deste ano. Então, aqui, hoje, sairá coisas muito boas”, disse em entrevista a Altair Tavares.
Vanderlan Cardoso (PSD), Vinicius Cerqueira, presidente do PSB; Cristiano Cunha, presidente do PV; vereadora Katia Maria, presidente estadual do PT; Pedro Wilson, superintendente estadual do IPHAN/GO; Samuel Almeida, secretário estadual do PSD, confirmaram presença no evento. O presidente da Alego, Bruno Peixoto, mandou um representante por motivos de agenda.
De acordo com os organizadores do movimento, o local da sede não foi definido por acaso. A região Central de Goiânia foi a primeira a ser pensada e planejada pelo arquiteto Atílio Correia Lima e foi ali que a capital goiana começou a tomar forma com seus prédios e casas em estilo Art Déco. Para os encabeçadores do movimento, é preciso reocupar os espaços, muitos abandonados com o passar dos anos e incentivar as pessoas a aproveitar mais o Centro da Cidade.
“O centro é um ponto de encontro de todas as pessoas da cidade que é uma cidade diversa, uma síntese do que é o Brasil. Essa casa, ela foi construída quando Goiânia estava estava primeira infância e tinha nove anos. Então, isso aqui, é um local acolhedor e isso significa que nós precisamos de paz, precisamos de unir a sociedade”, afirmou Fábio alegando que a união irá acontecer por meio de incentivos para a população, abrindo a perspectiva da juventude, que segundo ele anda muito desolada.
O secretário Nacional de Finanças do PCdoB reconhece que este não será um trabalho fácil e que é necessário unir forças. “É um projeto ousado, mas precisamos de ousadia, nós não podemos manter essa lógica de fake news imposta por setores da sociedade que pregam que a mentira, desde que ela seja bem falada, tá tudo bem. Não, está tudo bem. Goiânia é uma cidade bonita, mas já foi mais admirada e precisa de cuidados”, disse em entrevista a Altair Tavares, em fevereiro deste ano.
Conforme o documento oficial da proposta do ‘Movimento Goiânia 100 Anos: O Futuro Começa Agora’, em que o Diário de Goiás teve acesso, o momento pede mais largueza de espírito e capacidade de valorizar as convergências. “Os partidos são instituições autônomas, cada um com seus projetos e propostas, precisam ter voz e não podem ser invisibilizados”, diz o texto sobre a política do movimento.
Para a identificação de um diagnóstico aprofundado, estão propostas convenções previstas para a partir de 20 de julho e até lá estarão sendo construídos projetos para a cidade. “Até as convenções cada partido definirá sua candidatura ou o seu apoio, até lá temos razões para juntos construirmos um projeto, que Goiânia merece, pede e temos a responsabilidade de elaborar”, consta o manifesto.